Heródoto (May 2022)

Elites locais versus monarquia?

  • Pablo C. Díaz,
  • Luis R. Menéndez-Bueyes

DOI
https://doi.org/10.34024/herodoto.2021.v6.13933
Journal volume & issue
Vol. 6, no. 2

Abstract

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O fim do Império romano no Noroeste da Península Ibérica foi um processo abrupto. A irrupção bárbara praticamente isolou a província de Galicia dos centros de poder imperial, em especial da corte de Ravena. Os mecanismos de resistência diante dos suevos, evidenciados na crônica de Hidácio, não responderam a um padrão uniforme. Evidenciaram, por baixo do sistema uniformizador romano, uma sociedade complexa com interesses heterogêneos, uns decididamente locais, outros de base urbana, alguns diretamente herdados da presença administrativa romana. Perante a um poder suevo que só lentamente foi capaz de impor sua soberania sobre território provincial, essas realidades locais criaram estruturas de poder atomizadas e geraram elites de poder que estão na base da atomização extrema do período alto medieval. A conquista visigoda provavelmente foi resultado de um processo negociador a muitos grupos, onde incluíam-se as elites suevas, que não fizeram senão reforçar os padrões de evolução. Incluindo esses elementos godos, chegando como parte da administração provincial e militar, se converteriam em um fator a mais nesse panorama desagregado.

Keywords