Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)
IMPACTO DA TERAPIA DE CONSOLIDAÇÃO EM PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA NA INFÂNCIA
Abstract
Objetivos: A leucemia mieloide aguda (LMA) é uma neoplasia de células sanguíneas e da medula óssea, sendo a segunda leucemia infantil mais comum após a leucemia linfoblástica aguda (LLA), esta sendo mais prevalente em adultos. Na infância, é mais comum nos primeiros 2 anos de vida e na adolescência. A abordagem terapêutica para a LMA pediátrica não mudou significativamente por décadas, resultando em melhorias modestas na sobrevida livre de eventos. Isso se deve à heterogeneidade da doença, falta de terapias direcionadas e desenvolvimento lento da imunoterapia comparado à LLA. A leucemia mieloide aguda (LMA) é a segunda malignidade hematológica pediátrica mais comum e requer tratamento com quimioterapia intensiva, que muitas vezes causa morbidade substancial relacionada ao tratamento, particularmente complicações cardiológicas e infecciosas. Aqui, revisamos as principais abordagens e impactos da terapia de consolidação na LMA pediátrica. Materiais e métodos: Este estudo é uma revisão da literatura construída a partir de uma busca abrangente de artigos e revisões dos últimos 10 anos disponíveis gratuitamente em bases de dados acadêmicas: PubMed, BVS e Scielo. A estratégia de busca utilizou os descritores “Leucemia Mieloide Aguda”, “Quimioterapia” e “Pediatria”; o operador booleano “AND”foi usado para associar os termos. Resultados: Os resultados discutidos abordam a eficácia e os efeitos colaterais de diferentes antraciclinas no tratamento da leucemia mieloide aguda (LMA), destacando idarubicina e daunorrubicina lipossomal como promissoras em diferentes aspectos. Na consolidação, a qualidade da remissão após a quimioterapia inicial é crucial, com evidências sugerindo que quatro cursos podem ser tão eficazes quanto cinco, especialmente em pacientes que recebem Gemtuzumab Ozogamicina. O uso de citarabina em altas doses como agente único na consolidação mostrou-se eficaz e menos exigente em termos de suporte, especialmente em pacientes com citogenética adversa. Discussão: Diversos estudos indicam que a terapia de consolidação é eficaz em prolongar a remissão e melhorar a sobrevida livre de eventos (SLE) em crianças com LMA. A eficácia da citarabina em altas doses está associada à sua capacidade de penetrar o sistema nervoso central (SNC), um local comum de recaída em LMA pediátrica. Adicionalmente, a combinação de citarabina com antraciclinas, como a idarubicina, tem demonstrado aumentar as taxas de remissão completa. Apesar de sua eficácia, a terapia de consolidação está associada a uma série de efeitos colaterais significativos. As altas doses de citarabina, embora eficazes, podem causar toxicidade hematológica, gastrointestinal e hepática. A mielossupressão é uma preocupação constante, levando a neutropenia prolongada e um risco aumentado de infecções graves. Além disso, a cardiotoxicidade relacionada ao uso de antraciclinas como a idarubicina é um problema significativo, especialmente em pacientes pediátricos, que têm maior risco de desenvolver complicações tardias. Conclusão: Observou-se que a LMA causa complicações significativas em pacientes pediátricos submetidos à terapia de consolidação. A falta de estudos específicos para essa população destaca a necessidade de pesquisas para melhor entender essas complicações e desenvolver estratégias de tratamento mais eficazes, já que há impactos significativos na morbidade e mortalidade.