Revista Brasileira de Reumatologia (Jun 2010)
A síndrome anserina Anserine syndrome
Abstract
Dor no joelho é uma condição comum na clínica diária e a patologia anserina, também conhecida como pata de ganso, tem sido considerada uma das principais causas. O diagnóstico tem sido realizado de maneira eminentemente clínica, o que tem gerado equívocos. Os pacientes queixam-se tipicamente de dor na parte medial do joelho, com sensibilidade na porção ínferomedial. Estudos de imagem têm sido realizados para esclarecer se tais pacientes possuem bursite, tendinite ou ambos os distúrbios na região conhecida como pata de ganso. Entretanto, o defeito estrutural responsável pelos sintomas permanece desconhecido, motivo pelo qual preferimos intitular como "Síndrome Anserina". O diabetes mellitus é um fator predisponente bem reconhecido. O sobrepeso e a osteoartrite de joelho parecem ser fatores adicionais de risco, contudo, seus papéis na gênese da moléstia ainda não são bem entendidos. O tratamento atual inclui anti-inflamatório, fisioterapia e infiltração de corticoide, com evolução muito variável, que oscila entre 10 dias e 36 meses. A falta de conhecimento sobre a etiofisiopatologia e dados epidemiológicos exige futuros estudos para esse frequente e intrigante distúrbio.Knee pain is a common complaint in clinical practice, and pes anserinus tendino-bursitis syndrome (PATB) has been frequently diagnosed based only on clinical features that may cause equivocal interpretations. Patients complain of characteristic spontaneous medial knee pain with tenderness in the inferomedial aspect of the joint. Studies with different imaging modalities have been undertaken during the last years to identify whether these patients suffer from bursitis, tendinitis, or both. Nevertheless, little is known regarding the structural defect responsible for this disturbance. Due to these problems and some controversies, we suggest the term "anserine syndrome" for this condition. Diabetes Mellitus is a known predisposing factor for this syndrome. Overweight and osteoarthritis seem to represent additional risk factors; however, their role in the pathophysiology of the disease is not yet understood. Treatment includes non-steroidal anti-inflammatory drugs, physiotherapy, and injections of corticosteroid, with highly variable responses, from 10 days to 36 months to achieve recovery. The lack of knowledge about its epidemiological, etiological, and pathophysiological aspects requires future studies for this common and intriguing disorder.
Keywords