Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Jan 2023)

Descarte de medicamentos na atenção básica de saúde em Feira de Santana-BA: experiências da extensão universitária

  • Lina Valéria dos Santos Souza,
  • Iuri Gomes de Oliveira,
  • Tatiane de Oliveira Silva Alencar,
  • Bruno Rodrigues Alencar,
  • Gizelly Braga Pires

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2018.v3.s1.p.39
Journal volume & issue
Vol. 3, no. s.1

Abstract

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Introdução: A destinação final de resíduos de medicamentos é um tema relevante para a saúde pública, pois as propriedades químicas destes resíduos podem oferecer riscos ao meio ambiente e, consequentemente, à saúde humana. Falta conhecimento por parte da população sobre a forma adequada de descarte e das consequências do descarte incorreto, e ainda, as possibilidades para a destinação final correta dos medicamentos vencidos, avariados ou não utilizados, tais como pontos de coleta e campanhas publicitárias que incentivem a prática, são escassas. Objetivo: Relatar a experiência de atividades de educação em saúde sobre o descarte adequado de medicamentos. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência de um plano de trabalho extensionista do Programa de Promoção do Uso Racional de Medicamentos na Atenção Básica, realizado em uma Unidade de Saúde da Família (USF) em Feira de Santana-BA, direcionado a equipe de saúde da família e aos usuários, no período de julho de 2017 a junho de 2018. Resultados: As pessoas acondicionam e descartam erroneamente os medicamentos (lixo comum, vaso sanitário), não tendo assistência da USF, já que esta não recebe os medicamentos vencidos ou avariados da comunidade. Diante da inexistência de um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) local e municipal, a USF devolve os medicamentos vencidos à Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF). Diante de tal cenário, foi elaborado e divulgado o material informativo sobre descarte adequado de medicamentos vencidos ou não utilizados, em momentos de discussão como palestras e salas de espera. Estas tinham como tema os perigos oferecidos pelo descarte incorreto e como evitar as sobras e perdas de medicamentos nos domicílios. Houve também a confecção de um dispositivo físico para a coleta de medicamentos descartados pelos usuários da USF. Realizou-se ainda, uma análise da Relação Municipal de Medicamentos Essenciais da Atenção Básica, sobre a destinação adequada de cada medicamento contido na mesma. Também foi divulgado, por meio de folder e cartaz, confeccionados pelo programa, os sete pontos de coleta de medicamentos vencidos ou avariados na cidade. Estes estão implantados em farmácias privadas, distribuídos em dois bairros, no shopping center e no centro da cidade. Conclusão: Os usuários e a Equipe de Saúde da Família da USF desconhecem a prática correta de descarte de medicamentos. Nessa perspectiva, tornam-se relevantes a continuidade de ações efetivas para promoção do descarte correto de medicamentos, cuja responsabilidade deve ser compartilhada, e que precisa ser pauta não só no espaço político, mas também no espaço acadêmico e dos serviços de saúde, visando à redução de danos ambientais e, consequentemente, a elevação da qualidade de vida no planeta