Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Apr 1997)

Vacina inativada contra a hepatite A: revisão da literatura e considerações sobre seu uso

  • Márcio Vieira Santos,
  • Marta Heloísa Lopes

DOI
https://doi.org/10.1590/S0037-86821997000200010
Journal volume & issue
Vol. 30, no. 2
pp. 145 – 157

Abstract

Read online

O desenvolvimento, licenciamento e comercialização recentes de uma vacina inativada contra a hepatite A (VIHA) têm possibilitado a obtenção de imunização ativa, segura e provavelmente duradoura contra essa doença. Estudos conduzidos em países desenvolvidos demonstram sua utilidade clínica na prevenção da hepatite A (HA) em viajantes susceptíveis que se dirigem a áreas de alta endemicidade, em crianças pré-escolares e trabalhadores de creches, além de avaliar o uso pós-exposição e em em surtos epidêmicos. Os autores enfocam aspectos epidemiológicos atuais da hepatite A em diferentes regiões visando, através do conhecimento da epidemiologia da doença, esclarecer a utilidade que a VIHA teria no controle dessa doença nos países em desenvolvimento, especialmente no Brasil. Com base na sua eficácia, segurança e imunogenicidade, a VIHA se mostra de extremo valor a nível de proteção individual. Porém, devido ao pouco tempo de uso clínico desta vacina, não encontramos disponíveis recomendações formais para o seu uso nos países em desenvolvimento, especialmente a nível de Saúde Pública. Dados epidemiológicos atualizados sobre a HA nas diversas regiões brasileiras são essenciais para o desenvolvimento de uma estratégia racional de imunização.A new, safe, highly immunogenic and probably long term effective inactivated hepatitis A virus vaccine has been licensed for clinical use. Clinical trials in developed countries have demonstrated its efficacy in preventing hepatitis A in high risk groups, such as travelers to regions where HAV infection is endemic and day care children and staff, its efficacy in postexposure conditions and in community outbreaks. The authors review the basic and changing features of the disease and its epidemiology in especific geographical regions trying to elucidate its use in the control of the disease in developing countries, especially in Brazil. Taking in consideration its efficacy, safety and immunogenicity, the inactivated hepatitis A vaccine may be of extreme value in terms of individual protection. Because this vaccine is so new, there are no formal recomendations for its use in developing countries, and appropriate public health use of hepatitis A vaccine requires up-to-date epidemiological information.

Keywords