Religião e Sociedade (Feb 2024)

A vida, a morte e o pós-vida das materialidades de uma igreja demolida para a construção da Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro

  • Rodrigo Toniol,
  • Marcella Araujo

DOI
https://doi.org/10.1590/0100-85872023v43n3cap08
Journal volume & issue
Vol. 43, no. 3
pp. 229 – 266

Abstract

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Este artigo discute duas disputas técnicas entre engenheiros da Secretaria de Viação, Transporte e Obras Públicas e arquitetos do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, durante as obras de abertura da Avenida Presidente Vargas (1937-1945). São elas: a discussão sobre o traçado retilíneo da avenida e a ameaça de demolição de quatro bens tombados, entre os quais duas igrejas de arquitetura colonial, e a proposta de transladação monolítica da Igreja de São Pedro dos Clérigos. Exploramos a ideia de que as demolições são boas para pensar processos de consagração e dessagração do patrimônio. Argumentamos que a ameaça de decomposição da unidade dos bens tombados, especialmente os religiosos, permite discutir o valor das coisas sagradas.

Keywords