REGE Revista de Gestão (Sep 2008)
Incompatibilidade entre vida pessoal e vida profissional dos gestores na era do conhecimento Professional and personal incompatibilities with demands on managers
Abstract
Os gestores modernos sofrem e muitas vezes reconhecem o sofrimento no trabalho, mas raramente manifestam insatisfação, por motivos que incluem desde insegurança até falta de clareza sobre o momento atual. Este trabalho busca analisar algumas das causas desse sofrimento e analisar a percepção dos gestores sobre a integração de aspectos da qualidade de vida no trabalho a suas vidas pessoais. A relevância do estudo justifica-se não somente pela insatisfação do indivíduo, que não compreende o fenômeno nem consegue lidar com suas causas, mas também pelo fato de que isso afeta a produtividade das organizações. Para averiguar a percepção dos gestores, foram analisados os discursos de 30 deles com relação aos fatores: satisfação, identificação com os objetivos da organização, relacionamento com os pares, com superiores e subordinados, relacionamento com a empresa, segurança e prazer, a partir de respostas a questionários. A conclusão é de que há, de fato, forte incoerência no discurso dos gestores, relativa à satisfação com o trabalho e à simultânea insatisfação com os sacrifícios que ele impõe às suas vidas pessoais.Modern managers suffer and often recognize this at work but they rarely show dissatisfaction for reasons that range from distrust to a lack of understanding of their feelings. Several reasons for this suffering were examined to analyze the perception of managers in relation to the integration of quality of life at work and in their personal lives. The importance of this study was related to the dissatisfaction that this lack of understanding produced in the individual who was incapable of dealing with the causes, and also to the detriment on organization productivity. Speeches made by 30 managers were analyzed concerning satisfaction, identification with organization objectives, relationships with their company, superiors, peers and subordinates as well as feelings of assurance and pleasure and then compared to their replies to questionnaires. A great discrepancy was found between these speeches and replies in relation to work satisfaction and the simultaneous dissatisfaction related to the sacrifice that work imposed on their personal lives.