Revista do Instituto Florestal (Jan 2012)
CARACTERIZAÇÃO FLORÍSTICA DE UMA ÁREA DE CONTATO ENTRE CERRADO E MATA ATLÂNTICA NA REGIÃO SUDOESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
Abstract
Remanescentes de vegetação nativa em áreas de contato florístico e fitogeográfico têm especial importância na conservação da biodiversidade. A Estação Experimental de Itapeva – EExI apresenta os referidos atributos, pois, abriga remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual e de Cerrado. A EExI está localizada na Bacia Hidrográfica do Alto Paranapanema – BHAP, na região sudoeste do Estado de São Paulo, considerada altamente degradada e prioritária para estudos de flora e fauna. Os objetivos deste trabalho foram: inventariar e caracterizar a vegetação e a flora vascular da EExI; ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade da BHAP e subsidiar propostas de manejo. Realizou-se a caracterização fisionômica e florística considerando todos os hábitos, com coletas mensais de material botânico, de maio de 2009 a dezembro de 2010. Nas duas formações presentes na EExI, Mata Atlântica (Floresta Estacional Semidecidual – FES) e Cerrado (campo rupestre, campo sujo úmido, campo sujo, cerrado ralo e cerrado denso), foram registradas 605 espécies. As famílias mais ricas na FES foram: Fabaceae, Myrtaceae, Rubiaceae, Asteraceae e Lauraceae, e no Cerrado: Asteraceae, Fabaceae, Myrtaceae, Melastomataceae e Bignoniaceae. Na FES predominaram as espécies arbóreas com 54,1% do total, ao contrário do Cerrado, onde predominaram as espécies não arbóreas (67,5%). Entre as espécies levantadas, 14 estão ameaçadas de extinção, mas apenas Araucaria angustifolia é citada nas listas estadual, nacional e mundial. Considerando o mosaico de FES e fisionomias de Cerrado, a alta diversidade de espécies e a presença de espécies ameaçadas de extinção, os remanescentes de vegetação da EExI são de extrema importância para a conservação e o estudo da biodiversidade regional.
Keywords