Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Apr 2000)

Atipias de Células Escamosas de Significado Indeterminado (ASCUS): estudo de 208 Casos Atypical Squamous Cells of Undetermined Significance (ASCUS): study of 208 Cases

  • José Eleutério Junior,
  • Diane Isabelle Magno Cavalcante,
  • Maria Tereza M. P. Dias,
  • Rossana M. Alves,
  • Gabriela C. Queiroz,
  • Aline R. Proença

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-72032000000300003
Journal volume & issue
Vol. 22, no. 3
pp. 135 – 139

Abstract

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Objetivos: avaliar aspectos clínicos, colposcópicos e acompanhamento citológico de quadros classificados como atipias de células escamosas de significado indeterminado (ASCUS). Métodos: foram analisados retrospectivamente 208 casos de ASCUS diagnosticados entre 1996 e 1998 e tabulados quanto a idade, queixas clínicas, colposcopia e seguimento. Resultados: a relação ASCUS:lesão intra-epitelial escamosa foi de 1:1,2, confirmando adequado controle de qualidade. Pacientes com menos de 35 anos corresponderam a 72,6% dos casos. Um grande número não tinha queixas clínicas (36,5%). Nos casos em que foi realizada colposcopia (n = 58), a zona de transformação atípica foi observada em 60%. A subclassificação das ASCUS em provavelmente displásico (D), provavelmente reativo (R) e não-determinado (U) indicou predominância do primeiro (65%). O acompanhamento de 86 pacientes mostrou que, após 3 a 6 meses (média de 4,5 meses), em 12,5% foi possível detectar citologicamente uma lesão intra-epitelial escamosa. Conclusão: com base nos resultados deste trabalho foi possível concluir que as ASCUS incidem em mulheres jovens, com queixas clínicas corriqueiras e apresentam correlação colposcópica positiva. Nestes casos o acompanhamento citológico se faz imprescindível para esclarecimento de lesão intra-epitelial escamosa subjacente ou subseqüente.Purpose: to assess clinical, colposcopic profile and follow-up of patients with a cytological report of atypical squamous cells of undetermined significance (ASCUS). Methods: a total of 208 cases of ASCUS diagnosed between 1996 e 1998 were analyzed retrospectively regarding age, symptoms, colposcopy and follow-up. Results: the ASCUS:SIL (squamous intraepithelial lesion) ratio reported was 1:1.2, showing an adequate quality control. Most of the patients were between 15 and 35 years old (72.6 %). The majority referred no symptoms (36.5 %). The colposcopy showed (n = 58) the atypical zone of transformation in 60% of the cases. The subclassification into ASCUS favoring a dysplasia (ASCUS--D), reactive process (ASCUS-R) and unqualified (ASCUS-U) showed that 65% of cases belonged to the first category (ASCUS-D). In the follow-up of 86 patients for 3 to 6 months (average of 4.5 months), 12.5% had a subsequent SIL. Conclusion: the findings of this study indicate that ASCUS occurrence in young women with common symptoms, is frequent and there is the possibility of diagnosing by colposcopy. The follow-up is very important to define the concurrent or subsequent development of a squamous intraepithelial lesion.

Keywords