Semina: Ciências Agrárias (Oct 2019)
Leptospirose em asininos (Equus asinus) destinados ao abate para exportação
Abstract
O Brasil é o oitavo maior exportador de carne equídea do mundo. A carne de asininos provém, na maioria das vezes, de animais de descarte, havendo preocupações com a sua saúde, principalmente quanto às infecções zoonóticas que podem acometê-los, dentre elas a leptospirose. Dessa forma, objetivou-se com esse estudo determinar a frequência de anticorpos anti-Leptospira sp. em asininos da raça Jumento Nordestino em duas propriedades especializadas em envio de asininos para abate e exportação para o mercado chinês, nos municípios de Parnamirim (A) e Araripina (B), ambas localizadas na Mesorregião do Sertão de Pernambuco, Nordeste do Brasil. Foi utilizado o soro de 349 asininos, sendo 147 machos e 202 fêmeas com idade entre 3 e 12 anos. Todos os animais foram submetidos a técnica de Soroaglutinação Microscópica (MAT), utilizando-se o ponto de corte 1:50. Foi obtida uma frequência de 19,8% soropositivos. O sorogrupo Icterohaemorrhagiae foi o mais frequente nesse estudo (40,6%), seguido por Australis (27,5%), Autumnalis (8,7%), Sejroe (8,7%), Pomona (8,7%), Celledoni (2,9%) e Tarassovi (2,9%), com frequência de soropositividade maior nos asininos provenientes da propriedade B (22,4%), no município de Araripina. Na análise de associação observou-se que os animais com idade inferior à nove anos tiveram maiores chances de serem soropositivos, podendo ser atribuída à aquisição de resistência aos patógenos com o avançar da idade. Houve uma significativa detecção de asininos soropositivos para Leptospira sp., sendo necessária a implantação de medidas profiláticas nas criações desses animais destinados ao abate para exportação.
Keywords