Cerâmica (Jun 2014)
A experiência com gás natural/GLP no polo gesseiro do Araripe, PE
Abstract
Gipsita, sulfato de cálcio dihidratado (CaSO4.2H2O), encontrada no Polo Gesseiro do Araripe, Pernambuco, é considerada a de melhor qualidade no mundo, com teor de pureza variando de 88% a 98%, contendo 79% de sulfato de cálcio e 21% de água de cristalização. Quando desidratada até a perda de 1,5 moléculas de água, constitui-se num hemidrato estável, denominado gesso, cujas características são a capacidade de rehidratação (reação exotérmica), o fenômeno de pega e o retorno à estrutura cristalina. O polo fornece 95% do gesso consumido no Brasil. As reservas são estimadas em 1,2 bilhões de toneladas, quinto volume do mundo. Os fornos do Polo podem ser de contato direto ou indireto entre os gases de combustão e o minério, e quanto ao tipo de funcionamento, batelada ou contínuo. No indireto, os gases aquecem uma superfície metálica que transfere o calor usando lenha ou óleo BPF, já que o contato dos mesmos com a gipsita não é recomendável, podendo ocorrer mistura do material, acarretando alteração das propriedades do gesso. No direto, o gás flui no interior de um cilindro metálico, permitindo maior eficiência na troca térmica. A utilização de gás natural traz vantagens como eficiência da troca térmica, maior volume de processamento e preservação do ecossistema, por ser pouco poluente. Sua combustão é limpa, isenta de fuligem e outros materiais que possam prejudicar o meio ambiente com baixos teores de nitrogênio, dióxido de carbono, água e compostos de enxofre. O gás natural chegou ao Araripe em março de 2011, numa experiência piloto, com expectativa de um salto de qualidade e de volume na produção local. Mais limpo e eficiente, poderá oferecer a segurança energética necessária para que o setor atenda melhor uma demanda crescente, evitando o desmatamento da região que usa a lenha como combustível.
Keywords