PsiLogos (Sep 2022)

A Saúde Sexual após infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana

  • Cristina Vieira Mendes,
  • María del Carmen Palmira Coya García

DOI
https://doi.org/10.25752/psi.16214
Journal volume & issue
Vol. 17, no. 1&2

Abstract

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INTRODUÇÃO: O comportamento sexual adotado pelos doentes após a infeção pelo VIH foi o foco da nossa pesquisa, abordando também a disfunção sexual consequente à infeção e/ou ao tratamento e a satisfação sexual que estes doentes apresentam. É de realçar algumas diferenças entre géneros em alguns destes parâmetros abordados, uma vez que nos permite extrapolar a abordagem mais eficaz a adoptar para cada doente, em contexto de consultas multidisciplinares, nas quais possam ser incluídos, não só Médicos Infecciologistas ou de Medicina Interna, como também Médicos Psiquiatras, Ginecologistas, Urologistas, Especialistas em Medicina Geral e Familiar e Psicólogos. OBJECTIVOS: Compreender o comportamento sexual dos doentes com VIH, nomeadamente a opção pela abstinência sexual, quais os factores associados à disfunção sexual e ainda perceber o que contribui, ou não, para a satisfação sexual destes doentes. MÉTODOS: Pesquisa bibliográfica de artigos com as palavras-chave sexual dysfunction, sexual behaviour, HIV diagnosis, men, women, gender. Foram apenas consideradas publicações em inglês, dos últimos 5 anos, com recurso também a algumas citações pertinentes de cada um desses trabalhos. RESULTADOS: Dois grandes estudos descrevem resultados antagónicos relativos ao comportamento sexual dos doentes com VIH, um defende a diminuição dos comportamentos de risco, outro justifica a exacerbação desses comportamentos com o “optimismo da terapêutica antirretroviral”. Um particular comportamento dos doentes com infeção pelo VIH, e que vale a pena ser reportado e estudado é a abstinência sexual, com diferenças importantes entre os dois géneros. Relativamente à disfunção sexual, os estudos são maioritariamente focados no sexo masculino. Quanto à promoção da satisfação sexual, esta passa muito mais do que abordar uma outra dimensão do tratamento, mas é fundamental compreendê-la e melhorá-la uma vez que se encontra relação entre esta questão e a adopção de medidas preventivas por parte dos doentes. CONCLUSÕES: Os estudos disponíveis na literatura a nível mundial, além de serem escassos, são de difícil comparação, dada a falta de homogeneidade das populações estudadas e dos dados obtidos, enviesados pela culturalidade. A população portuguesa carece de um estudo deste tema, que permita conclusões coesas e culminem num esboço de um plano eficaz de atuação para a promoção da Saúde Sexual dos doentes após a infeção pelo VIH a adoptar o nosso país.

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