Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial (Feb 2011)

Fenótipos de betalactamases em Klebsiella pneumoniae de hospital de emergência de Porto Alegre Phenotypes of beta-lactamases in Klebsiella pneumoniae from emergency hospital of Porto Alegre

  • Gabriela Meyer,
  • Simone Ulrich Picoli

DOI
https://doi.org/10.1590/S1676-24442011000100003
Journal volume & issue
Vol. 47, no. 1
pp. 24 – 31

Abstract

Read online

INTRODUÇÃO: Mundialmente, o crescente aumento de infecções hospitalares gera a necessidade de estudos na área de resistência bacteriana. Uma das bactérias Gram-negativas de maior prevalência no ambiente nosocomial é a Klebsiella pneumoniae, capaz de expressar uma diversidade de enzimas de resistência, justificando seu monitoramento constante. OBJETIVO: Analisar a frequência fenotípica das enzimas betalactamases de espectro estendido (ESBL), cromossômicas (AmpC) plasmidial, metalobetalactamase (MBL) e Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) oriundas de hospital de emergência em Porto Alegre (RS). MATERIAL E MÉTODO: Foram incluídos no estudo 58 isolados bacterianos com sensibilidade diminuída a cefalosporinas de terceira geração e/ou a cefoxitina. Nestas, foram aplicados os testes de disco-difusão compatíveis para as respectivas betalactamases. RESULTADOS: Encontrou-se elevada frequência de ESBL (48,3%), seguida por ESBL simultânea à AmpC plasmidial (15,5%), além de duas cepas com carbapenemases. DISCUSSÃO: O elevado índice de ESBL e ESBL/AmpC conduz à necessidade de uso terapêutico de carbapenens. Consequentemente, o uso massivo desses fármacos gera pressão seletiva que favorece o aparecimento de cepas mais resistentes, como as produtoras de carbapenemases (KPC e/ou MBL). As carbapenemases são muito relevantes devido à limitação terapêutica inerente e por seu potencial de disseminação. A resistência a todos os fármacos betalactâmicos usados no screening por disco-difusão pode ser um "sinalizador" laboratorial para a presença desses relevantes mecanismos de resistência. CONCLUSÃO: A pesquisa de fenótipos de resistência em Klebsiella é ferramenta fácil e exequível nos laboratórios de microbiologia, além de ser fundamental para o conhecimento da epidemiologia local das betalactamases, possibilitando a adequação da terapia antimicrobiana mais conveniente.INTRODUCTION: Worldwide, the incidence of nosocomial infections raises the studies of bacterial resistance. Klebsiella pneumoniae is a Gram-negative bacteria most prevalent in the nosocomial environment, capable of expressing a variety of resistance enzymes, justifying their continued monitoring. OBJECTIVE: We sought to determine the frequency of beta-lactamases ESBL, AmpC plasmid, MBL and KPC in K. pneumoniae strains from emergency hospital in Porto Alegre (RS). MATERIAL AND METHOD: Fifty-eight bacterial isolates K. pneumoniae with reduced susceptibility to third generation cephalosporins and/or cefoxitin were included in this study. Phenotypic detection of beta-lactamases was carried out by using specific tests for ESBL, AmpC plasmid, KPC and MBL. RESULTS: Were detected a high frequency of ESBL (48.3%), followed by the AmpC plasmid/ESBL (15.5%), and two carbapenemase strains. DISCUSSION: The high rates of ESBL and ESBL/AmpC leads to the therapeutic use of carbapenens. Consequently, the massive use of carbapenens creates selective pressure favoring the more resistant strains, such as carbapenemase producing (KPC and/or MBL). The carbapenemase is very relevant due to the inherent therapeutic limitation, as well as their potential to spread. The resistance to all beta-lactam drugs used in the screening by disk diffusion can be a "flag" laboratory for presence of relevant mechanisms of resistance. CONCLUSION: Research of resistance phenotypes in Klebsiella is easy and feasible tool in microbiology laboratories, and is fundamental to understanding the local epidemiology of beta-lactamases, allowing the appropriateness of antimicrobial therapy more convenient.

Keywords