HU Revista (Apr 2021)
Prevalência de não adesão à medicação anti-hipertensiva em uma amostra do município de Juiz de Fora – MG
Abstract
Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS), no Brasil, é prevalente em 23,9% dos indivíduos de 18 anos ou mais. Estudos internacionais apontam que a adesão é prevalente em aproximadamente 50% dos pacientes portadores de HAS, enquanto no Brasil as taxas de adesão variam entre 23% e 62,1%. O grande prejuízo para os pacientes e os extensos gastos em saúde pública com o tratamento de suas complicações tornam o tema de suma importância. Objetivos: Determinar as principais causas da não adesão ao tratamento medicamentoso à HAS. Material e Métodos: Estudo descritivo, transversal, de caráter quantitativo, realizado com 396 portadores de HAS, selecionados nos serviços de atenção primária à saúde (APS) e no serviço para hipertensos na cidade de Juiz de Fora: Serviço de Controle de Hipertensão, Diabetes e Obesidade (SCHDO). Os dados foram coletados entre outubro de 2018 e janeiro de 2019, utilizando o teste de Morisky-Green (TMG) e perguntas adicionadas pelos pesquisadores para complementação à interpretação dos resultados. Resultados: Observou-se que 279 (70,5%) dos entrevistados não são aderentes ao tratamento e grande parte deles já foi alguma vez descuidado com o horário de tomar o fármaco (51%). Na análise multivariada, observou-se que a raça é significativa para influenciar a adesão à medicação (OR=1,683; IC 1,072-2,643; p=0,024); o percentual de indivíduos não aderentes brancos, pardos e pretos é de respectivamente 40,5%, 29,4 e 30,1%; 29,5% dos entrevistados referem ser corretos no tratamento. Conclusão: As principais causas modificáveis que resultam na baixa adesão estão relacionadas ao esquecimento e ao descuido. A ausência de adesão não se relaciona com preço do medicamento.
Keywords