Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

LINFOMA EXTRANODAL DE CÉLULAS DE NK/T TIPO NASAL: RELATO DE CASO

  • ASA Silva,
  • MESE Sá,
  • GSD Cortez,
  • MFH Costa,
  • JO Vieira,
  • MC Araújo,
  • MP Cesar,
  • EMS Thorpe,
  • ACC Lopes,
  • AQMS Aroucha

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S393 – S394

Abstract

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Introdução: O linfoma extranodal de células de NK/T tipo nasal é um linfoma agressivo geralmente associado com infecção pelo Epstein-Barr vírus, com predileção racial e geográfica para países latinos e asiáticos. Relato: paciente sexo masculino, 81 anos, trazido pelos familiares para investigação de anemia, com quadro clínico de sangramento nasal, sem sinais ou sintomas B associados. De antecedentes, presença de hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, etilismo e demência senil. À admissão, apresentava anemia (hemoglobina 10,8 g/dL) normocítica e normocrômica, com velocidade de hemossedimentação de 78 mm/1 hora, sem alterações de ureia, creatinina, lactato desidrogenase, ionograma, coagulograma, eletroforese de proteínas, enzimas hepáticas ou canaliculares. Anti-HBS foi reagente, às custas de anti-HBc IgG (sendo IgM negativo). Tomografia de seios de face evidenciou lesão expansiva sólida na fossa nasal direita, ovalada, relacionada ao corneto inferior, obliterando meato inferior e medindo cerca de 2,8x2,0x1,5cm, sem sinais de invasão de estruturas adjacentes, margeando borda interna da narina direita. Posterior realização de biópsia da lesão nasal mostrou achados morfológicos que, associados ao perfil imuno-histoquímico, favoreceram o diagnóstico de linfoma extranodal de células de NK/T tipo nasal. Mediante este diagnóstico, os exames de estadiamento foram realizados: biópsia de medula óssea sem infiltração neoplásica e PET-CT com Deauville 5 (linfonodos axilares esquerdos de até 10 mm com SUV 5,9 e lesão óssea em fêmur esquerdo com SUV 22,3). Havia, ainda, alterações no trabeculado ósseo com áreas escleróticas em pelve, à direita, sugerindo doença de Paget, com várias áreas osteoarticulares degenerativas. Ecocardiograma transtorácico mostrou disfunção diastólica tipo I, remodelamento concêntrico de ventrículo esquerdo de grau discreto, dilatação de aorta ascendente de 3,7 cm, insuficiência aórtica discreta e alterações valvares senis, sendo a fração de ejeção do ventrículo esquerdo 67%. Como paciente debilitado clinicamente e sem performance para tolerar quimioterapia intensiva, optado por tratar com radioterapia na dose de 30Gy/10Fx (totalizando 10 sessões). Discussão/Conclusão: este caso ilustra uma doença agressiva que acometeu paciente idoso sem condições clínicas de tolerar terapias com finalidades curativas (quimioterapia intensiva e transplante de medula óssea), sendo optado por realização da radioterapia, cuja taxa de recaída é alta para este subtipo de linfoma.