Revista de Saúde Pública (Jun 1978)
Suscetibilidade de Biomphalaria glabrata, variante albina, oriunda de Belo Horizonte, MG, à infecção por Schistosoma mansoni, parasita em condições naturais, de roedores silvestres do Vale do Rio Paraíba do Sul, SP (Brasil) Susceptibility of an albinic variant of Biomphalaria glabrata from Belo Horizonte (MG), to infection by Schistosoma mansoni, from wild rodents of the Paraíba do Sul River Valley
Abstract
Comprova-se que, em condições experimentais, a Biomphalaria glabrata, variante albina, originária de Belo Horizonte (MG) é suscetível à infecção por linhagem de S. mansoni isolada de roedores silvestres do Vale do Rio Paraíba do Sal, no Estado de São Paulo, Brasil. São sugeridas razões procurando esclarecer a ocorrência da esquistossomose mansônica no Vale do Rio Paraíba do Sul, área geográfica em que ainda não foi encontrada B. glabrata, hospedeira intermediária do trematódeo e onde se desenvolve intensamente B. tenagophila, espécie considerada menos suscetível ao esquistossomo. São fornecidas informações sobre a presença simultânea de duas linhagens de comportamento biológico diferente: a linhagem H, diretamente relacionada com o homem e a linhagem S, oriunda de roedores silvestres, ambas da mesma área geográfica.The present research confirms the susceptibility, in laboratory conditions, of an albinic variant of Biomphalaria glabrata from Belo Horizonte (MG), to the infection with a sample of Schistosoma mansoni obtained from wild rodents of the Paraíba do Sul River valley, in the State of São Paulo, Brazil. This account seems to be important, since it is generally thought that B. glabrata is not susceptible to samples of S. mansoni from the Paraíba do Sul River valley. In the discussion, some arguments are presented in an attempt to explain the establishment of Manson's schistosomiasis in the Paraíba do Sul River valley, a region where B. glabrata is absent and where B. tenagophila, a local species considered of weak susceptibility to the worm, is very frequent. Another matter discussed is the local existence of two strains of S. mansoni with different biological behaviours, the H strain of human origin and the S strain of wild local rodents.
Keywords