Cadernos de Saúde Pública (Apr 2024)

Panorama da COVID longa no Brasil: análise preliminar de um inquérito para pensar políticas de saúde

  • Karina Barros Calife Batista,
  • Michelle Vieira Fernandez,
  • Lorena Guadalupe Barberia,
  • Erica Tatiane da Silva,
  • Vaneide Daciane Pedi,
  • Bárbara Maia Lima Madeira Pontes,
  • Gui Araujo,
  • Rafael da Silveira Moreira,
  • Marcos Pedrosa,
  • Mariana Pastorello Verotti,
  • Claudio Maierovitch Pessanha Henriques,
  • Anna Catharina Florêncio,
  • Melania Maria Ramos de Amorim

DOI
https://doi.org/10.1590/0102-311xpt094623
Journal volume & issue
Vol. 40, no. 4

Abstract

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Caracterizada por sintomas que permanecem ou aparecem pela primeira vez em até três meses após a infecção pelo SARS-CoV-2, a COVID longa pode se manifestar de diferentes formas, inclusive entre casos não hospitalizados ou assintomáticos. Nesse sentido, este artigo apresenta um panorama da COVID longa no Brasil, com ênfase no diagnóstico, nos sintomas e nos desafios para a nova gestão da saúde. Foram utilizados dados de um estudo realizado com objetivo de investigar a COVID longa em pessoas acometidas pela COVID-19, com dados originais de um inquérito com indivíduos brasileiros adultos (18 anos ou mais) que tiveram COVID-19, coletados entre 14 de março e 14 de abril de 2022, por meio de questionário divulgado em redes sociais. O questionário abordou características sociodemográficas, histórico de infecções por COVID-19, vacinação contra a doença, investigação da situação de saúde e da qualidade de vida antes e após a COVID-19, além da busca e acesso a tratamento. Dos 1.728 respondentes, 720 foram considerados elegíveis para a análise. Desses, 496 (69%) tiveram COVID longa. Os indivíduos com COVID longa reportaram manifestações clínicas como ansiedade (80%), perda de memória (78%), dor generalizada (77%), falta de atenção (75%), fadiga (73%), queda de cabelo (71%), alterações de sono (70%), alterações de humor (62%), indisposição (60%) e dor nas articulações (59%). A maioria procurou os serviços de saúde durante e após a fase aguda de COVID-19 (94% e 80%, respectivamente), o que representa a necessidade de estruturar o sistema de saúde para atender esses pacientes.

Keywords