A presente revisão tem por objetivo aprimorar os conhecimentos sobre o estresse em gatos, visando a compreensão da natureza felina, seu histórico de domesticação e a influência do estresse em parâmetros comportamentais e exames complementares. Apesar da relação “gato-humano” ser antiga, este é considerado o animal mais recentemente domesticado dentre as demais espécies domésticas. Por não exercerem um papel na sociedade que exigisse ganho ou melhoramento genético, sua seleção artificial foi extremamente sutil, o que permitiu que sua morfofisiologia e comportamento permanecessem semelhantes à dos seus ancestrais selvagens. Os gatos domésticos são animais naturalmente mais susceptíveis ao estresse, e ao serem levados para a consulta veterinária o animal se torna ansioso e assustado por diversos fatores ambientais. Frente a essa situação, são ativados mecanismos de defesa, que se caracterizam por excitação emocional com aumento na produção e liberação de catecolaminas e glicocorticoides, provocando manifestações sistêmicas que cursam com distúrbios fisiológicos e psicológicos no animal. É comumente observado alteração em parâmetros físicos como taquipneia, hipertermia e taquicardia. Os resultados de exames complementares também sofrem alterações, podendo haver irregularidade na concentração das células sanguíneas no hemograma, aumento na dosagem de glicose e pressão arterial sistêmica, o que dificulta um diagnóstico preciso pelo médico veterinário.