Alfa: Revista de Lingüística (Dec 2012)
BANCOS DE DADOS SOCIOLINGUÍSTICOS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO E OS ESTUDOS DE TERCEIRA ONDA: POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
Abstract
Bancos de dados linguísticos de fala – especialmente aqueles elaborados para a pesquisa de orientação sociolinguística variacionista – têm sido fonte privilegiada para a descrição do português brasileiro. Neste texto, discutimos procedimentos metodológicos que deveriam ser adotados para a organização de novos bancos de dados. Fazemos um breve retrospecto dos bancos de dados já constituídos e sugerimos a coleta e expansão de corpora de diferentes comunidades de fala – e de diferentes comunidades de prática. De acordo com proposta defendida por Eckert (2012), os estudos sociolinguísticos podem ser distinguidos em três ondas de análise que refletem modos distintos de abordagem à variação linguística. Sugerimos estratégias para padronizar os procedimentos de organização de bancos de dados sociolinguísticos que levem em conta as três diferentes ondas da pesquisa sociolinguística, e destacamos a terceira onda, ainda incipiente no Brasil. A padronização dos bancos de dados sociolinguísticos facilitaria a realização de investigações contrastivas de diferentes dialetos brasileiros, contribuindo, dessa forma, para o estabelecimento e refinamento de generalizações e princípios de variação e mudança universais.