Journal of Cardiac Arrhythmias (Oct 1999)
Fibrilaçao Atrial: Papel dos Antiarrítmicos Convencionais na Reversao das Crises e Prevençao de Recorrências
Abstract
A fibrilaçao atrial é a taquiarritmia supraventricular mais comum da clínica e sua sintomatologia está relacionada com a ausência da contraçao atrial, a irregularidade da resposta ventricular, a frequência ventricular e o estado da funçao ventricular. O restabelecimento do ritmo sinusal pode ser feito por meio da cardioversao química ou elétrica, precedida ou nao de anticoagulaçao, na dependência dos fatores de risco do paciente para a formaçao de trombos ou da duraçao da arritmia. Provavelmente, a cardioversao da fibrilaçao atrial está indicada na maioria dos casos; entretanto, o perfil clínico do paciente que deve ser submetido a esta conduta ainda nao foi identificado. A reversao química da fibrilaçao atrial pode ser realizada ambulatorialmente, utilizando-se fármacos dos grupos IA, IC ou III, cuja escolha é feita em bases clínicas. Mais recentemente, o emprego de propafenona e amiodarona vem aumentando devido à razoável eficácia e baixo risco de pró-arritmia, mais comum com fármacos do grupo I, particularmente a quinidina. Uma vez restaurado o ritmo sinusal, a prevençao de recorrências é necessária, de preferência com o mesmo agente que causou a reversao. Nos pacientes sem indicaçao para reversao ou naqueles nos quais nao se pretende reverter (fibrilaçao atrial permanente), está indicado o controle da resposta ventricular com fármacos que retardam a conduçao nodal, associado à anticoagulaçao em pacientes de alto risco para tromboembolismo.