Revista CEFAC (Dec 2009)
A auto-percepção da saúde auditiva e vestibular de trabalhadores expostos a organofosforados Auto-perception of auditory and vestibular health in workers exposed to organophosphate
Abstract
OBJETIVO: caracterizar os sintomas auditivos e vestibulares de trabalhadores rurais expostos aos agrotóxicos organofosforados. MÉTODOS: foi realizado um estudo epidemiológico descritivo com uma amostra de 50 trabalhadores rurais. A faixa etária variou de 21 a 59 anos, média de 38,3 anos, sendo 20 (40%) trabalhadores de sexo masculino e 30 (60%) de sexo feminino. Foi utilizado um questionário com perguntas relacionadas à saúde auditiva e dados sobre tempo de exposição ao agrotóxico. RESULTADOS: os resultados mostraram que 38 trabalhadores (76%) referiram ter apresentado pelo menos um episódio de tontura em sua vida e destes, 29 (58%) trabalhadores ainda sentem tontura; 27 (54%) sentem zumbidos; 23 (46%) sentem a orelha abafada; 37 (74%) acham que possuem boa acuidade auditiva, porém 35 (70%) acham que, sentem dificuldades na compreensão de palavras, sugerindo que os agrotóxicos podem induzir alterações do sistema auditivo e vestibular por meio de uma intoxicação lenta e silenciosa. CONCLUSÃO: a tontura e a perda auditiva aparecem como sintomas subjetivos e constantes da exposição ocupacional podendo ser um sinal precoce da intoxicação, prejudicando a qualidade de vida destes trabalhadores.PURPOSE: to characterize the auditory and vestibular symptoms of rural workers under an environmental exposed of organophosphate pesticides. METHODS: this is a descriptive epidemic study that evaluated 50 workers. The age group varied from 21 to 59 years with a mean age of 38.3 years. There were 20 (40%) male and 30 (60%) female workers. A questionnaire was used with questions related to the auditory health in addition to some specific questions on time exposure. RESULTS: the results showed that 38 (76%) workers showed dizziness and 29 (58%) of them continued showing these symptom; 27 (54%) related tinnitus; 23 (46%) fullness sensation. 37 (74%) workers don't have problem with hearing but 35 (70%) can't understand very well the spoken words. Data suggest that the pesticides induce auditory and vestibular system alterations. It is possible to affirm that it is a slow, insidious and silent intoxication. CONCLUSIONS: dizziness and hearing loss are a constant and subclinical symptoms in occupational exposure suggesting a precocious intoxication signal, harming the quality of life of these workers.
Keywords