Revista Educação e Cultura Contemporânea (Feb 2019)
Inclusão digital e cidadania
Abstract
Pretende-se discutir um modelo de inclusão digital que leve à superação das atuais políticas públicas escolares dedicadas à formação de usuários, para que, além disso, se priorize formar cidadãos que construam conteúdos e dominem processos; movimento que poderá traduzir-se em uma outra compreensão de cidadania. Este artigo é atravessado por princípios da ética hacker e por práticas da cultura maker, propondo uma leitura diferenciada do que venha a ser inclusão digital, considerando que, estando nossa sociedade totalmente permeada por tecnologias digitais, boa parte de seus cidadãos transitam por espaços e acessam ferramentas somente como usuários. A presente proposta engaja-se no desafio de ir além do uso de máquinas e aplicativos, para que se aprenda a construí-los, programá-los, conservá-los, reciclá-los e reinventá-los no desenvolvimento de culturas e tecnologias compartilhadas principalmente como bens comuns, inspirando-se em iniciativas de licenciamento como a Creative Commons, em projetos de softwares e hardwares livres, e em padrões abertos. Apresentamos algumas experiências em andamento e, sem querer apresentar um caminho único, convidamos mais pesquisadores e profissionais que tenham interesse em expandir os horizontes da inclusão digital escolar - no sentido de questionar a distribuição dos lugares de quem/como constrói, permite e usa – para que possamos torná-la mais cidadã. Palavras-chave: Cidadania. Cultura maker. Inclusão digital. Inovação. Abstract The aim is to discuss a digital inclusion model that will lead to the overcoming of current public school policies dedicated to the training of users, so that, in addition, prioritizing citizens to build content and master processes; movement that could translate into another understanding of citizenship. This article is crossed by principles of hacker ethics and practices of the culture maker, proposing a differentiated reading of what is to be digital inclusion, considering that, since our society is totally permeated by digital technologies, a large part of its citizens transit through spaces and access tools only as users. The present proposal engages in the challenge of moving beyond the use of machines and applications to learn how to build, program, conserve, recycle, and reinvent them in the development of mainly shared cultures and technologies as commons, drawing on licensing initiatives such as Creative Commons, free software and hardware projects, and open standards. We present some experiences in progress and, without wanting to present a unique path, we invite more researchers and professionals who are interested in expanding the horizons of digital school inclusion - in the sense of questioning the distribution of places of who/how constructs, allows and uses - to that we can make it more citizen. Keywords: Citizenship. Culture maker. Digital inclusion. Innovation.