Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

TUBERCULOSE PULMONAR EM POPULAÇÃO PRIVADA DE LIBERDADE EM ESTADO DO SUL DO BRASIL, 2016-2022

  • Ana Beatriz Floriano de Souza,
  • Ana Caroline Carvalho,
  • Andressa Midori Sakai,
  • Laura Alves Moreira Novaes,
  • Leandro Rocha de Oliveira,
  • Natalia Marciano de Araujo Ferreira,
  • Rafaela Marioto Montanha,
  • Renata Pires de Arruda Faggion,
  • Maria de Fátima Oliveira Hirth Ruiz,
  • Giovanna Yamashita Tomita,
  • Luana Graziely Parra da Silva,
  • Sandy Ferracioli Pereira,
  • Flávia Meneguetti Pieri

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 103665

Abstract

Read online

Introdução/objetivo: A tuberculose é um importante problema de saúde pública, e sua transmissão associa-se às condições de vida. A população privada de liberdade configura-se como uma das mais vulneráveis, sendo o sistema prisional um ambiente potencialmente transmissor da tuberculose. Assim, tem-se como objetivo descrever os casos de tuberculose pulmonar notificados entre os anos de 2016 a 2022 na população privada de liberdade no estado do Paraná. Métodos: Estudo transversal descritivo, utilizando banco de dados do Sistema de Informações de Agravos e Notificação (SINAN). Foram avaliados dentre a população privada de liberdade entre 19 a 59 anos que tiveram tuberculose notificada entre 2016 a 2022, cujas formas clínicas incluíam a pulmonar, podendo ser isolada ou associada a formas extrapulmonares. Os dados foram analisados por meio do software Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 22.0, com análise de frequência. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 38855820.6.0000.5231). Resultados: Dos 11.085 casos de tuberculose notificados no período nessa faixa etária, 8,6% (n = 1.406) eram da população privada de liberdade. Quanto à forma, apenas 3,2% (n = 42) tiveram a forma pulmonar e extrapulmonar conjugadas. Os outros 1.252 tiveram a forma pulmonar isolada, e 112 apresentaram apenas formas extrapulmonares, logo, não entraram na amostra desse estudo. Excluindo as outras formas da doença, a amostra foi de 1.294, com média de idade de 30 anos, incidência majoritária em homens (97,4%; n = 1.261), brancos (62,3%; n = 806), mais da metade (65,9%; n = 833) apresentavam de zero até nove anos de estudo e 8,5% (n = 112) apresentando coinfecção com o vírus HIV. Três quartos foram casos novos (76,3%; n = 987) e chamou-se a atenção o número de indivíduos que faziam uso do tabaco (51,2%; n = 662) e de drogas ilícitas (49,5%; n = 640), quando avaliados as doenças e agravos associados. Quanto à resistência terapêutica, importante de ser considerada no ambiente de privação de liberdade, 7,2% (n = 92) apresentaram alguma resistência às medicações. Conclusão: Houve predomino do sexo masculino, brancos, com escolaridade de zero a nove anos. Quanto, a forma de entrada, a maioria eram casos novos e apresentavam agravos associados referente ao uso de tabaco e drogas ilícitas. Conhecer as características da tuberculose em populações vulneráveis pode auxiliar no planejamento e execução de ações para esses grupos específicos, visando o controle da doença.

Keywords