Revista de Filosofia (Dec 2020)

A contribuição da filosofia de Gaston Bachelard na educação para a imaginação

  • Alberto Filipe Araújo,
  • Rogério de Almeida

DOI
https://doi.org/10.7213/1980-5934.32.057.AO05
Journal volume & issue
Vol. 32, no. 57

Abstract

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O objetivo deste artigo é propor, em confluência com a filosofia de Gaston Bachelard, uma pedagogia do não inspirada na figura do cogito do sonhador para refletir sobre uma educação para a imaginação. Parte-se da filosofia do não de Bachelard para a construção de uma pedagogia do não, expressa como pedagogia do diálogo, que põe em relação complexa e complementar o conceito e a imagem, como prolongamentos do racionalismo aberto e da imaginação criadora. Na sequência, o cogito do sonhador é evocado para o estudo do devaneio e do imaginário, no quadro da imaginação material dos quatro elementos (terra, água, fogo e ar). Esses passos preambulares são necessários para se chegar à educação para a imaginação, cuja dimensão de Bildung se opera por meio da eufemização. Como função da imaginação, a eufemização tende a transfigurar o sofrimento, a morte e o nada em algo aceitável, não como negação, mas como dinamismo prospectivo que tenta melhorar a situação do homem no mundo. Exemplo desse dinamismo são as imagens literárias, com a polissemia e a polifonia que as caracterizam e as alçam ao domínio do estranho e da transgressão em relação à ordem do sentido primário. Desse modo, intenta-se mostrar como a pedagogia do não e o cogito do sonhador se articulam na proposição de uma educação para a imaginação pautada pela função de eufemização. São convocadas para este estudo, além da já mencionada filosofia de Gaston Bachelard, as contribuições teóricas de Gilbert Durand e Jean Jacques Wunenburger.

Keywords