Hansenologia Internationalis (Nov 2015)
Estudo sorológico da co-infecção de leishmania infantum e mycobacterium leprae em área de alta endemicidade
Abstract
Introdução: A região Nordeste é responsável por 55% dos casos de hanseníase e por quase 50% dos casos de Leishmaniose visceral no Brasil. O Ceará, em especial a capital Fortaleza, é responsável por um grande número de casos novos dessas doenças. Este fato é reforçado pela correlação na distribuição de casos dessas patologias por municípios do estado do Ceará, onde de acordo com os dados da Secretaria de Saúde do Estado (2013), observa-se forte correlação epidemiológica entre os casos de hanseníase e do Leishmaniose visceral nos 184 municípios principalmente em Fortaleza. Objetivos: Nosso objetivo foi analisar a produção de anticorpos IgM anti-PGL1 em pacientes com Calazar sem tratamento.Material e métodos: 28 pacientes com confirmação clínico-laboratorial para Leishmaniose visceral acompanhados no Hospital São José de Doenças Infecciosas. Resultados: Quanto ao gênero, 21 foram do sexo masculino e 7 do sexo feminino, com mediana de idade de 20,5 anos (var. 3 a 76 anos), dos quais 15 pacientes não necessitaram internamento e 13 foram internados por um período médio de 28 dias (var. 5 a 28 dias). A média e desvio-padrão do índice de IgM anti-PGL1 foi de 1,91 + 0,69, sendo 78,6% considerados soropositivos. Conclusão: Não foi observada qualquer diferençaentre gênero, idade, necessidade ou não de internamento, ou tempo de tratamento. A alta frequência de IgM anti-PGL1 positiva pode ser secundária à ativiação policlonal que ocorre na Leishmaniose visceral, dificultando a possibilidade de detecção da infecção pelo M. lepraepor avaliação sorológica em região de alta endemicidade para Leishmaniose visceral.
Keywords