Anuário do Instituto de Geociências (Jul 2007)
Microperfurações em Foraminíferos Bentônicos da Lagoa Pitanguinha, RJ.
Abstract
Os foraminíferos bentônicos têm sido foco deestudos paleoecológicos por serem geralmente abundantese possuírem bom potencial de preservaçãodevido à carapaça de composição calcárea ou aglutinada.São indicadores potenciais do ambiente, e seuestado de preservação é um reflexo direto de fatoresambientais, entre eles, a atividade bioerosiva. Os organismosperfuradores são os principais agentes debioerosão em ambiente carbonático, comprometendoa preservação dos esqueletos. A lagoa Pitanguinhafaz parte do complexo lagunar em Araruama, noEstado do Rio de Janeiro, juntamente com outraslagunas distribuídas ao longo de uma estreita planície.Localizada na restinga de Massambaba, entreas latitudes 22°55’42’’ e 22°56’00’’S e longitudes42°20’45’’ e 42°2°21’30’’W, tem sua formação relacionadaa duas transgressões marinhas sucessivas.O presente estudo tem por objetivo registrar traçosde bioerosão em foraminíferos bentônicos da LagoaPitanguinha, Rio de Janeiro. Das amostras cedidaspara estudo pelo LABIOTAL/Ecb/UNIRIO, foramretirados 50 cm3 de sedimento, lavados em água correnteempregando-se peneiras 53, 75 e 212 mesh,desidratados em temperatura ambiente e triadas paraa identificação dos foraminíferos e das microperfurações,sendo analisado um total de 100 indivíduos.A identificação dos foraminíferos empregou microscópioestereoscópico e as fotomicrografias paraobservação bioerosão nas carapaças foram obtidasem microscópio eletrônico de varredura. As associaçõesde foraminíferos bentônicos são compostaspelas espécies de carapaças hialinas Ammoniatepida, Discorbis sp. e as espécies de carapaçasporcelanosas foram Quinqueloculina laevigata,Quinqueloculina poeyana, Quinqueloculina seminulum,Quinqueloculina sp., Triloculina oblonga eTriloculina sp. A. tepida e Q. laevigata aparecemcom maior freqüência e maiores índices de microbioerosão.Nas espécies porcelanosas, as perfuraçõestratam-se de formas alongadas ou circularesirregulares, ambas variando em espessura e diâmetro,enquanto nas hialinas, são alongadas às vezesramificadas com diâmetros homogêneos, bem como,perfurações circulares a subcirculares irregulares emforma e tamanho. Bolivina sp, Triloculina sp. nãoapresentaram marcas de bioerosão. As microperfuraçõessão atribuídas a microorganismos autotróficos.Agradecimentos ao Instituto Virtual de PaleontologiaIVP-FAPERJ, pelo suporte financeiro ao projeto e aoInstituto Militar de Engenharia, RJ, pela utilizaçãodo Microscópio Eletrônico.