Perspectiva (Apr 2016)

Sexting na adolescência: problematizando seus efeitos no espaço escolar

  • Suzana da Conceição de Barros,
  • Paula Regina Costa Ribeiro,
  • Raquel Pereira Quadrado

DOI
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2015v33n3p1185
Journal volume & issue
Vol. 33, no. 3
pp. 1185 – 1204

Abstract

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Neste artigo, temos como propósito analisar o fenômeno do sexting em alguns materiais – reportagens, matérias, programas televisivos, comentários –, postados na internet, a fim de discutir como essa prática está entrelaçada com a escola. O termo sexting é o resultado da união de duas palavras sex (sexo) texting (envio de mensagens). Esse conceito descreve uma prática sociocultural que consiste no compartilhamento de mensagens escritas, de fotos e de vídeos, de caráter erótico/sensual/sexual, por meio de algumas tecnologias digitais. Este trabalho é de caráter qualitativo e está vinculado as pesquisas sociais. Para a produção dos dados, utilizamos a internet como instrumento de pesquisa. Para a análise dos dados coletados, utilizamos algumas ferramentas da análise do discurso foucaultiana. Ao realizarmos a análise dos dados, verificamos que a escola está atrelada a questões relacionadas ao sexting, pois quando esta não serve como cenário para a produção dos vídeos e fotos, torna-se um espaço de discussão, comentários e de repercussão dessa prática. Além disso, a mídia massiva, ao mencionar o nome, colocar o endereço e publicar fotos das escolas envolvidas com os casos do sexting, acaba expondo e “punindo” essa instituição. Também evidenciamos que a escola é entendida como um espaço importante para as discussões relacionadas às sexualidades. Nesse sentido, entendemos que o sexting vem produzindo efeitos na escola, o que nos aponta para a necessidade de essa instância discutir temas relacionados aos corpos, às sexualidades, aos gêneros e às tecnologias, para além do enfoque biologicista.

Keywords