Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Aug 1998)
Condiloma Acuminado em Crianças e Adolescentes Condyloma Acuminatum in Children and Adolescents
Abstract
Objetivo: analisar os fatores epidemiológicos, manifestações clínicas e forma de tratamento da infecção pelo papilomavírus. Métodos: todos os casos de condiloma acuminado em crianças e adolescentes atendidas no período de 1990 a 1995 no Ambulatório de Ginecologia Infanto-Puberal foram revisados, tendo sido coletados dados referentes a idade, manifestações clínicas, local das lesões, formas de transmissão e tratamento. Resultados: entre os 18 casos estudados, a média de idade foi de 6 anos e 11 meses (variando de 2 a 15 anos). A manifestação clínica mais comum foi a presença de verrugas (61,1%). As lesões eram localizadas na região vulvoperineal em 44,4% das pacientes, sendo que lesões perianais e vulvares foram observadas em 27,8% e 22,2% dos casos, respectivamente. Não foi possível confirmar a ocorrência de abuso sexual nem de lesões condilomatosas nos pais em 66,7% dos casos. Provável abuso sexual (não-confirmado) foi relatado em 2 casos. A terapêutica básica foi a cauterização química. Conclusões: o abuso sexual em crianças e adolescentes com condiloma acuminado deve ser investigado, apesar da existência de outras formas de transmissão, incluindo auto ou heteroinoculação. As formas de apresentação na idade jovem diferem das do adulto, sendo necessária uma terapêutica adequada a essa população.Parpose: to analyze the epidemiologic factors, clinical manifestations and forms of treatment of infection with papiloma virus. Method: all cases of condyloma acuminatum in children and adolescents assisted in the period from 1990 to 1995 in the Service of Children and Adolescent Gynecology were revised. We present the following data: age, diagnosis, clinical manifestations, sites of the lesions, transmission modes and treatment. Results: the average age of the 18 studied cases, was 6 years and 11 months (ranging from 2 to 15 years). The most common clinical manifestation was the presence of warts (61.1%). The lesions were located in the vulvoperineal area in 44.4% of the patients, and perianal and vulvar lesions were observed respectively in 27.8% and 22,2% of the cases. It was not possible to confirm the occurrence of sexual abuse or of condyloma lesions in the parents in 66.7% of the cases. Probable sexual abuse (not confirmed) was reported in 2 cases. The basic therapy was chemical cauterization. Conclusions: sexual abuse in children and adolescents with condyloma acuminatum should be investigated in spite of the existence of other transmission ways including auto- or heteroinoculation. The presentation forms at young age differ from those in adults, and thus an appropriate therapy for this is necessary for this population.
Keywords