Pistis & Praxis: Teologia e Pastoral (Dec 2020)
Um samaritano desconcertante: Chegou junto dele, viu-o e moveu-se de compaixão (Lc 10,33)
Abstract
A parábola do bom samaritano (Lc 10,25-37), apesar de imensamente estudada, deixa sempre uma porta aberta para novas interpretações. Rica em simbologia, mensagem e beleza, põe em xeque as práticas religiosas como garantidoras da vida cristã. Este artigo começa lançando um rápido olhar sobre o Evangelho de Lucas, que pode ser chamado de Evangelho de muitos epítetos, sendo o mais marcante deles “Evangelho da compaixão ou da misericórdia”. Depois, mostra como os evangelistas descreveram Jesus como poeta da compaixão, capaz de misericórdia até com seus algozes. Assim, como um poeta, cantador dos mistérios da vida, por meio de parábolas, Jesus se comunica com seus ouvintes, evitando reduzir sua mensagem a formulações religiosas obtusas, mas, ao contrário, com imagens significativas revela a riqueza e a amplidão do Reino que ele veio tornar possível entre nós. Passando com olhar atento sobre cada detalhe da parábola do bom samaritano, seus personagens, suas nuances mais singelas e também suas provocações, este artigo chegará finalmente a duas considerações que mostram a extensão da mesma: um que se posiciona no campo da psicologia e outro no campo da teologia do ministério ordenado.
Keywords