Revista Brasileira de Anestesiologia (Aug 2003)

Avaliação hemodinâmica e metabólica da infusão contínua de dexmedetomidina e de remifentanil em colecistectomia videolaparoscópica: estudo comparativo

  • Thatiany Pereira Chaves,
  • Josenília Maria Alves Gomes,
  • Francisco Elano Carvalho Pereira,
  • Sara Lúcia Cavalcante,
  • Ilse M. Tigre de Arruda Leitão,
  • Hipólito Sousa Monte,
  • Rodrigo Dornfeld Escalante

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-70942003000400001
Journal volume & issue
Vol. 53, no. 4
pp. 419 – 430

Abstract

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JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A dexmedetomidina tem sido utilizada para sedação e como coadjuvante em anestesia geral. O objetivo deste estudo foi avaliar a resposta cardiovascular e simpático-adrenal à intubação traqueal e à insuflação do pneumoperitônio, comparando-a ao remifentanil durante anestesia com sevoflurano para colecistectomia videolaparoscópica. MÉTODO: Foram incluídos no estudo 42 pacientes, estado físico ASA I ou II, com idades entre 25 e 55 anos, distribuídos aleatoriamente em dois grupos: GI e GII. A indução da anestesia foi realizada com infusão contínua de 1 µg.kg-1 de dexmedetomidina (GI) ou remifentanil (GII), durante 10 minutos, seguido de propofol e cisatracúrio. A manutenção da anestesia foi realizada com a infusão contínua de 0,7 µg.kg-1.h-1 de dexmedetomidina ou 0,5 µg.kg-1.h-1 de remifentanil e concentrações variadas de sevoflurano. Foram anotadas a PAS, PAD e FC nos momentos: M1 - antes do início da infusão inicial da droga; M2 - após término da infusão inicial da droga; M3 - após a intubação orotraqueal; M4 - antes do início do pneumoperitônio; M5 - após o pneumoperitônio; M6 - cinco minutos após desinsuflado o pneumoperitônio, M7 - após extubação traqueal. Em M4, M5 e M6 foram dosadas adrenalina e noradrenalina. A concentração expirada (CE) do sevoflurano, a relação CE/CAM, consumo de sevoflurano foram registrados em M4, M5 e M6. RESULTADOS: Variações na PAS e PAD foram maiores no grupo da dexmedetomidina em M4 a M5. A FC e os níveis de adrenalina e noradrenalina não apresentaram diferença entre os grupos. A CE do sevoflurano foi maior em M4 e M6 no GI, assim como a CE/CAM. No GI, o consumo de sevoflurano foi maior e observou-se uma tendência para menor consumo de analgésicos e antieméticos. CONCLUSÕES: Nas condições deste estudo, a dexmedetomidina inibiu a liberação de catecolaminas durante a intubação orotraqueal e o pneumoperitônio, porém, não impediu o aumento da pressão arterial em resposta à insuflação peritoneal.

Keywords