Revista Brasileira de Cancerologia (Feb 2025)
Prevalência da Exposição à Radiação Solar em Trabalhadores no Brasil: Subsídios para Ações de Prevenção do Câncer de Pele Relacionado ao Trabalho
Abstract
Introdução: No Brasil, há pouca informação sobre a prevalência de exposição ocupacional à radiação solar, principal fator de risco para a neoplasia mais frequente no país, o câncer de pele não melanoma. Objetivo: Calcular a prevalência da exposição à radiação solar e de fatores associados na população ocupada brasileira. Método: Estudo transversal, com dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019. Calcularam-se as prevalências expandidas e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%) para a exposição à radiação solar, segundo as variáveis demográficas, socioeconômicas, geográficas e ocupacionais. Utilizou-se análise de regressão logística múltipla, estratificada por sexo, para identificar os determinantes da exposição à radiação solar. Considerou-se o desenho complexo da amostragem. Resultados: Foram avaliados 88.904.261 trabalhadores, sendo 23,5% expostos à radiação solar. Trinta e seis por cento dos homens (36,5%; IC 95% 37,0; 39,3) e 7,9% (IC 95% 6,0; 7,2) das mulheres estavam expostos à radiação solar. Os setores econômicos da agricultura, construção, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos de materiais apresentaram os maiores percentuais de exposição. A chance de exposição à radiação solar foi maior entre o sexo masculino, os pardos, com baixo nível de escolaridade e renda, residentes da área rural, com vínculo trabalhista informal e que trabalharam acima de 40h/semana. Conclusão: A prevalência da exposição à radiação solar nos trabalhadores brasileiros é elevada e desigualmente distribuída por sexo e setores econômicos. Ações de prevenção nos ambientes laborais devem priorizar os grupos de trabalhadores mais expostos, considerando as atividades econômicas e seus determinantes demográficos, socioeconômicos, geográficos e ocupacionais.
Keywords