Revista Uningá (Dec 2021)

PARA UMA DOENÇA TÃO ANTIGA, O VISLUMBRE DE NOVOS TRATAMENTOS PROMISSORES NA DOENÇA DE CHAGAS

  • Sabrina Sehn Hilgert,
  • Sofia Comássio de Paula Lima,
  • Sofia Ferreira Salviano,
  • Cristiane Tefé-Silva

Journal volume & issue
Vol. 58

Abstract

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Há mais de 100 anos desde a descoberta da Doença de Chagas (DC). No entanto, o repertório indicado para o tratamento ainda é limitado. Dessa forma, este artigo visa a apresentar uma revisão das novas estratégias farmacológicas em estudo para a DC. Esta revisão de literatura, composta por 68 artigos, de 1957 a 2021, foi realizada em várias plataformas científicas. Foram descritos efeitos positivos do benznidazol, na fase aguda e crônica, além de sua associação com itraconazol na fase aguda. Dentre os inibidores de cruzaína, o composto K777 apresentou notório efeito tripanocida, apresentando, no entanto, efeitos adversos importantes, além de seu análogo WRR-483, o qual demonstrou efeito benéficos in vivo e in vitro. Quanto aos nitroheterocíclicos, o fexinidazol apresentou altos índices de cura em modelo animal, além de baixa toxicidade. Já o nifurtimox, em fases crônicas iniciais, foi capaz de atrasar a progressão de lesões teciduais e diminuir a carga parasitária. O composto WC-9, inibidor da esqualeno sintase, demonstrou potencial inibição na replicação do T. cruzi. A respeito das diamidinas aromáticas, inúmeros compostos foram capazes de frear o tripanossoma, tanto em modelos in vitro quanto in vivo. Concluiu-se que há descobertas favoráveis à melhoria no tratamento da DC. Todavia, o desenvolvimento de medicamentos efetivos não depende somente de sua ação eficaz, mas de inúmeras variáveis que devem ser contornadas, como a diminuição de efeitos colaterais, tempo de tratamento e adesão da atual medicação de escolha, ou mesmo o investimento na produção e distribuição da mesma à população.

Keywords