Antíteses (Apr 2024)

Espiritismo e crítica ultramontana:

  • ADRIANA GOMES

DOI
https://doi.org/10.5433/1984-3356.2023v16n32p500-527
Journal volume & issue
Vol. 16, no. 32

Abstract

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Este artigo instrumentalizou uma metodologia fundamentada na análise textual dos artigos publicados no periódico O Jornal de 1926. O principal objetivo deste artigo reside na minuciosa investigação do discurso propagado pelo intelectual ultramontano Carlos de Laet, cuja influência era amplamente difundida por meio do periódico carioca. A pesquisa concentra-se na compreensão da perspectiva do espiritismo sob a ótica do grupo católico que se opunha de maneira enérgica às mudanças inerentes à modernidade. Além disso, busca-se aprofundar a compreensão das diversas formas pelas quais as práticas relacionadas ao espiritismo, ou aquilo que à época era categorizado sob tal rótulo, eram classificadas como manifestações supersticiosas. Através da análise de cinco publicações específicas, é possível identificar que Carlos de Laet empregou uma gama variada de adjetivos distintos para qualificar o espiritismo, o que proporcionou um terreno fértil para o desenvolvimento de debates e para a veemente contestação dessas práticas por meio de suas eloquentes retóricas. O cerne deste estudo se concentra na investigação aprofundada das percepções e argumentos utilizados pelo autor com a finalidade de criticar e refutar o espiritismo. O enfoque recai sobre a maneira pela qual o fenômeno era percebido pela perspectiva do catolicismo ultramontano, uma corrente que demonstrava notável resiliência diante das profundas mudanças sociais e culturais que marcaram o período.

Keywords