Working Papers em Linguística (Oct 2016)
Constituição subjetiva e materialidades vocais: quando as palavras falham
Abstract
A partir da análise da fala de uma apenada em regime de privação de liberdade na Penitenciária Feminina Madre Pelletier, objetivamos refletir sobre a relação entre maternidade e cárcere a partir do aparato teórico da Análise de Discurso de linha francesa. Observamos como, na materialidade significante, ocorre o atravessamento da estrutura carcerária na fala da apenada, atentando especialmente para as repetições de palavras, compreendidas como um excesso intradiscursivo (Ernst, 2009), o qual remete ao funcionamento da relação entre inconsciente e ideologia. Consideramos que o excesso aponta para algo do Real que não consegue ganhar corpo no Simbólico, sendo possível teorizar sobre os efeitos do Aparelho Repressivo de Estado na forma como a apenada se subjetiva.
Keywords