Ciência & Educação (Jan 2002)
A biologia nos museus de ciências: a questão dos textos em bioexposições
Abstract
O artigo em questão discute a produção de textos em museus de ciências, a partir de dados obtidos em pesquisa de doutorado a qual buscou estudar o processo de construção do discurso expositivo em exposições ligadas ao campo da biologia. Neste trabalho apresenta-se, inicialmente, o referencial teórico sobre o tema, onde se discute as características dos textos científicos, dos textos de divulgação e dos textos afixados em museus. Alguns exemplos dos textos estudados em cinco museus são apresentados, com base nos dados obtidos através da análise qualitativa das exposições. Elementos como formato, estrutura, edição e linguagem são analisados, buscando caracterizar a diferença entre os três tipos de textos e o processo de recontextualização pelo qual esses passam na elaboração do discurso expositivo. No que se refere às características dos textos existentes nos museus de ciências, destaca-se que estes nunca são exatamente iguais aos textos científicos ou aos textos de divulgação, apesar de possuírem alguns elementos em comum. Conclui-se que entender as especificidades da cultura museal e do público visitante é imprescindível para a produção dos textos nos museus e, neste sentido, pesquisas de público que avaliem as inovações tecnológicas e as características dos textos devem ser estimuladas, para que estes realmente auxiliem e promovam a leitura nesses locais.This paper discusses the process of elaborating texts to be used in science museums. It is based on data from a PhD thesis that studied the process of transformation of scientific discourse - particularly biological - into expositive discourse in the construction of exhibitions at science museums. Initially, the paper deals with theoretical references on the scientific text, the public communication text and the text presented in museum exhibitions. Examples of texts taken from five exhibitions were presented, based on data obtained through qualitative analysis. Aspects such as form, structure, editing and language were analyzed, aiming at showing the differences among the three kinds of text mentioned above. Also, these aspects were used to characterize the recontextualization process that occurs when the expositive discourse is produced. In conclusion, one can say that the texts from science museums are different from scientific or public communication texts, despite their having common elements. It is necessary to understand the specificities of the museum culture and of the visiting public, in order to improve the production of science museum texts. Further research on evaluation of science museum texts is desirable if more and better reading of them is to be stimulated.
Keywords