Estudos Avançados (Dec 2003)

O trabalho da mulher e as negociações coletivas

  • Solange Sanches,
  • Vera Lucia Mattar Gebrim

DOI
https://doi.org/10.1590/S0103-40142003000300007
Journal volume & issue
Vol. 17, no. 49
pp. 99 – 116

Abstract

Read online

MUITOS motivos têm levado a mulher para o mercado de trabalho: a emancipação feminina e a opção por um projeto profissional, o desemprego ou a perda de renda do cônjuge e o crescimento do número de mulheres chefes de famílias. Este ingresso da mulher no mercado de trabalho, no entanto, não tem sido fácil, devido à conjuntura político-econômica dos últimos anos, que tem criado muitas barreiras para todas as pessoas que procuram ocupação. Outras adversidades, porém, agravam ainda mais a situação da participação feminina no mercado de trabalho. Traduzidas em diversas formas de discriminação, revelam-se por meio de baixos salários, ocupação de postos precários, discriminação na contratação e ascensão, desemprego. Para mostrar essa inserção diferenciada da mulher do mercado de trabalho, o Dieese reuniu e analisou os resultados das negociações coletivas no pa��s, de 1996 a 2000, sob o enfoque da questão de gênero. Os resultados mostram o quanto ainda é necessário caminhar para condições mais igualitárias entre os sexos e a importância da negociação coletiva na regulamentação das relações de trabalho.FOR MANY reasons, women go to the labour market: emancipation, leading to professional plans; income loss due to spouse's unemployment or other changes; increases in the number of women heading families. However, it has been an uneasy transition, as in the current conjunctural context people looking for a job are experiencing all sort of barriers. Another dificulties even worse women conditions in the labour market. They have to do with gender discrimination, which leads to low salaries, inequality in employment access and opportunities, unemployment. To better show this situation, Dieese gathered and analysed the results of collective bargaining in our country, from 1996 to 2000, in the gender context. The results show how far from equality we are referring to gender issues, and the relevance of negotiation as an instrument of collective regulamentation in labour relations.