Varia História (Jan 2024)

O “velho” e o “novo” na canção portuguesa Amália Rodrigues, o fado e o canto de intervenção na Revolução dos Cravos

  • Francisco Palomanes MARTINHO

DOI
https://doi.org/10.1590/0104-87752023000300010
Journal volume & issue
Vol. 39, no. 81

Abstract

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Resumo A partir de finais da década de 1960, o fado e sua principal intérprete, Amália Rodrigues, foram identificados com o atraso político, econômico e cultural do Estado Novo português. Por um lado, o gênero musical era convidativo à resignação e ao conformismo; por outro, Amália era vista como adepta e colaboradora da ditadura de Oliveira Salazar e Marcello Caetano. Em substituição ao fado, uma nova canção, conhecida como “canto de intervenção”, ganhava crescente simpatia, sobretudo entre as juventudes universitárias e os segmentos de oposição. O presente artigo tem por objetivo analisar, por um lado, o gradual isolamento do fado e de Amália Rodrigues entre a crise do regime autoritário português e o processo revolucionário que se seguiu ao golpe de 25 de Abril de 1974; por outro, o papel do “canto de intervenção” como resultado de uma nova estética adequada aos valores do Estado revolucionário.

Keywords