Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Mar 2013)

Impact on early and late mortality after blood transfusion in coronary artery bypass graft surgery Impacto na mortalidade precoce e tardia após transfusão de hemácias em cirurgia de revascularização miocárdica

  • Antonio Alceu dos Santos,
  • Alexandre Gonçalves Sousa,
  • Hugo Oliveira de Souza Thomé,
  • Roberta Longo Machado,
  • Raquel Ferrari Piotto

Journal volume & issue
Vol. 28, no. 1
pp. 1 – 9

Abstract

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OBJECTIVE: To assess the 30-day and 1-year mortality associated to the red blood cell transfusion after coronary artery bypass grafting surgery. This procedure has been questioned by the international medical community, but it is still widely used in cardiac surgery. Therefore, it is needed more evidence of this medical practice in our country. METHODS: We retrospectively analyzed 3,004 patients who underwent coronary artery bypass grafting surgery between June 2009 and July 2010. Patients were divided into two groups: non-transfused and transfused. RESULTS: The transfused group totaled 1,888 (63%) and non-transfused 1,116 (37%). There were 129 deaths in 30 days, with 108 (84%) in the transfused group and 21 (16%) in the non-transfused (POBJETIVO: Avaliar a mortalidade em 30 dias e em 1 ano associada à transfusão de glóbulos vermelhos após cirurgia de revascularização miocárdica. Esse procedimento já vem sendo questionado pela comunidade médica internacional, mas ainda é utilizado em grande escala em cirurgias cardíacas. Portanto, faz-se necessário mais evidência dessa prática médica em nosso meio. MÉTODOS: Analisamos retrospectivamente 3004 pacientes submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica entre junho de 2009 e julho de 2010. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Transfundidos e Não transfundidos. RESULTADOS: O grupo de pacientes transfundidos totalizaram 1888 (63%) e o grupo não transfundidos 1116 (37%). Foi observado 129 óbitos em 30 dias, sendo 108 (84%) no grupo transfundidos e 21 (16%) no grupo não transfundidos (P<0,001). Os óbitos em um ano totalizaram 249 distribuídos em 212 (85%) hemotransfundidos e 37 (15%) sem transfusão (P<0,001). O odds ratio ajustado para mortalidade nos pacientes transfundidos foi de 2,00 (P=0,007) em 30 dias e 2,31 (P=0,003) em 1 ano. Mesmo em pacientes de baixo risco (idade<60 anos e com EuroSCORE < 2%), portanto com menos comorbidades, temos significativamente mais óbitos no grupo transfundidos em 30 dias (7,0% vs. 0,0%; P<0,001) e também em 1 ano (10,0% vs. 0,0%; P<0,001). CONCLUSÃO: A transfusão de glóbulos vermelhos após cirurgia de revascularização miocárdica aumenta significativamente a mortalidade em 30 dias e em um ano, mesmo após correção de comorbidades e outros fatores. Novas opções terapêuticas e estratégias de gerenciamento e conservação do sangue autólogo devem ser estimuladas para reduzir as transfusões de hemoderivados.

Keywords