Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (Mar 2005)

Prevalência de talassemias e hemoglobinas variantes em pacientes com anemia não ferropênica Prevalence of thalassemias and variant hemoglobins in patients with non-ferropenic anemia

  • Sandrine C. Wagner,
  • Matheus C. Silvestri,
  • Christina M. Bittar,
  • João R. Friedrisch,
  • Lúcia M. R. Silla

DOI
https://doi.org/10.1590/S1516-84842005000100010
Journal volume & issue
Vol. 27, no. 1
pp. 37 – 42

Abstract

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Para estabelecer a freqüência de hemoglobinopatias e talassemias em pacientes com anemia não ferropênica foram estudados 58 casos de pacientes comprovadamente com anemia não ferropênica e 235 controles obtidos de pessoas sem anemia. Todas as amostras foram obtidas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), RS, Brasil. As técnicas realizadas foram eletroforese em acetato de celulose, pH alcalino, pesquisa citológica de Hb H, HPLC, hemograma e ferritina. A análise dos dados realizada no grupo de pacientes com anemia não ferropênica demonstrou que 63,8% eram portadores de alguma forma de anemia hereditária: 25,9% de talassemia alfa heterozigota, 32,8% de talassemia beta heterozigota, 3,4% de heterozigose para hemoglobina S (Hb AS) e 1,7% de homozigose para hemoglobina C (Hb CC). No grupo dos controles, foram identificados 14,1% de anemias hereditárias, sendo destas 11,5% de talassemia alfa, 0,9% de talassemia beta, 1,3% de heterozigose para hemoglobina S (Hb AS) e 0,4% de heterozigose para hemoglobina C (Hb AC). Os resultados obtidos permitem concluir que a prevalência de talassemias e hemoglobinas variantes no grupo controle é coincidente com a descrita na literatura. Entretanto, a excepcional prevalência dessas hemopatias hereditárias em pessoas com anemia não ferropênica deve ser divulgada entre médicos e serviços de saúde dada a sua importância no diagnóstico definitivo de anemia e dos corretos procedimentos terapêuticos.To establish the frequency of hemoglobinopathies and thalassemias in patients with non-ferropenic anemia, 58 patients with confirmed non-ferropenic anemia and 235 non-anemic individuals (control group) were studied. All samples were obtained from the Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Rio Grande do Sul, Brazil. The techniques used were Alkaline pH cellulose acetate electrophoresis and cytological screening of Hb, Hl, HPLC, hemogram and ferritin. The data analysis showed that 63% of the patients with non-ferropenic anemia carried some type of inherited anemia: 25.9% of heterozygous alpha-thalassemia, 32.8% of heterozygous beta-thalassemia, 3.4% of heterozygosity for hemoglobin S (Hb AS) and 1.7% of homozygosity for hemoglobin C (Hb CC). Inherited anemias were detected in 14.1% of the control group: 11.5% of alpha-thalassemia, 0.9% of beta-thalassemia, 1.3% of heterozygosity for hemoglobin S (Hb AS) and 0.4% of heterozygosity for hemoglobin C (Hb AC). The results obtained showed that the prevalence of variant thalassemias and hemoglobins in the control group is coincident with that described in the literature. However, physicians and health services should be informed about the overwhelming prevalence of these inherited homeopathies in individuals with non-ferropenic anemia, due to its importance in the definitive diagnosis of anemia and for the correct therapeutic proceedings.

Keywords