Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (Jan 2009)
Indicadores da evolução do paciente com paralisia cerebral e disfagia orofaríngea após intervenção terapêutica Evolution indicators of patients with cerebral palsy and oropharyngeal dysphagia after therapeutic intervention
Abstract
OBJETIVO: Verificar a evolução na função de alimentação e estabilidade clínica de crianças com paralisia cerebral tetraparética espástica após intervenção terapêutica. MÉTODOS: Foram levantados em prontuário médico, antes e após a terapia, os dados de classificação da funcionalidade da alimentação (escala FOIS) e grau de disfagia, consistências alimentares e sinais sugestivos de penetração e/ou aspiração laringotraqueal de 36 crianças com paralisia cerebral espástica. RESULTADOS: A maioria dos sujeitos alimentava-se com preparo especial, antes e após a intervenção, ocorrendo restrição de sólidos e líquidos no segundo momento. Houve diminuição da severidade da disfagia, redução de broncopneumonias e hipersecretividade pulmonar, aumento do peso e diminuição dos sinais sugestivos de penetração e/ou aspiração laringotraqueal, exceto recusa alimentar e cianose. CONCLUSÃO: A intervenção fonoaudiológica, em conjunto com a equipe multidisciplinar em disfagia, promove maior funcionalidade da deglutição e diminuição dos sinais sugestivos de penetração e/ou aspiração traqueal, além de maior estabilidade clínica.PURPOSE: To verify the evolution in nutrition and clinical stability of children with spastic tetraparetic cerebral palsy, after therapeutic intervention. METHODS: Data from before and after the therapeutic process were raised from the medical records of 36 children with spastic cerebral palsy, regarding classification of functional oral intake (FOIS scale) and degree of dysphagia, food consistency, and suggestive signs of penetration and/or tracheal aspiration. RESULTS: Most subjects were fed with special preparation, before and after intervention, with restrictions to solid and liquid foods in the second instance. It was observed decrease of the severity of dysphagia, reduction of the incidence of bronchopneumonia and pulmonary hypersecretion, weight increase, and reduction of suggestive signs of penetration and/or tracheal aspiration, except for refusal of food and cyanosis. CONCLUSION: Speech-language intervention in dysphagia, along with the work of a multidisciplinary team, promotes better functionality of swallowing and reduction of suggestive signs of penetration and/or tracheal aspiration, as well as improved clinical stability.
Keywords