Fronteiras & Debates (Jul 2017)

Os laços de compadrio como estratégia de resistência cotidiana entre os escravos do sertão do Piauí oitocentista

  • Joelma Santos da Silva

DOI
https://doi.org/10.18468/fronteiras.2016v3n1.p123-142
Journal volume & issue
Vol. 3, no. 1
pp. 123 – 142

Abstract

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Este artigo apresenta uma análise das redes das relações de compradrio estabelecidas pelos escravos do sertão do Piauí oitocentista. Com esta finalidade apresenta as redes de sociabilidade e solidariedade construídas entre escravos e livres, negros e brancos, homens e mulheres, como estratégias de resistência cotidiana da escravaria piauiense para influenciar as suas condições de vida, e de seus filhos, no cativeiro. Entendendo-se que as relações de exploração e dominação que uniam e separavam senhores e escravos também eram tecidas nas práticas cotidianas, nos costumes. O batismo, em um Império no qual a Igreja Católica detinha grande poder político e o catolicismo era a religião de estado, é visto como uma estratégia de resistir, afastando-se das perspectivas clássicas de passividade dos escravos. Para tanto utiliza-se das noções teóricas sobre resistência cotidiana, de Thompson e James Scott, estendendo as suas possibilidades de operacionalização para o estudo das práticas de resistência escrava no Brasil.