Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Jan 2023)
Atuação do farmacêutico clínico em um serviço de hemodiálise de um hospital universitário
Abstract
Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) é considerada atualmente um dos maiores problemas de saúde pública em todo o mundo. A mesma é decorrente de vários processos patológicos que levam a alterações das funções renais. Dessa maneira, a diminuição progressiva da taxa de filtração glomerular ou perda das funções renais comprometem toda a homeostase do organismo. A DRC é progressiva e de elevada morbimortalidade e, em sua fase avançada, necessita de tratamento de substituição da função renal, sendo a hemodiálise (HD) a mais frequente a nível mundial. Pacientes em HD muitas vezes necessitam de um grande número de medicamentos e a inclusão do farmacêutico na equipe multidisciplinar é de grande importância para o acompanhamento farmacoterapêutico e orientação correta em relação ao uso racional de medicamento. Objetivo: Analisar a implementação das atividades do Farmacêutico Clínico no serviço de Hemodiálise de um Hospital Universitário, visando melhorar a qualidade do tratamento farmacológico do paciente. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo transversal, realizado no mês de junho de 2018 no serviço de Hemodiálise do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE), a cada paciente envolvido durante os horários das sessões de hemodiálise. As Atividades Farmacêuticas Clínicas (AFC) realizadas na rotina foram: anamnese farmacêutica, conciliação medicamentosa, análise da prescrição, intervenção farmacêutica, visita diária, evolução no prontuário e orientação farmacêutica ao paciente. Os dados foram registrados em banco de dados eletrônico da instituição. As AFC executadas foram quantificadas e submetidas à análise estatística descritiva. Resultados: Foram atendidos 23 pacientes renais crônicos do serviço de hemodiálise do HC/UFPE dos quais 69,56% eram femininos. Identificadas 310 atividades farmacêuticas clínicas, tendo uma média de 10,1 AFC/ dia e 13,47 AFC/paciente/mês. Dentre essas atividades, as mais prevalentes foram aquelas relacionadas à: visita diária (n= 138; 44,51%); orientações farmacêuticas (n=50; 16,12%) e evolução no prontuário (n=46; 14,83%). Seguidas de: anamnese farmacêutica, conciliação medicamentosa, análise da prescrição com (n=23; 7,41%) cada e intervenção farmacêutica (n=07; 2,25%). Conclusão: Os resultados apresentados demonstram a atuação do farmacêutico clínico na equipe multiprofissional contribuindo para a promoção da segurança ao paciente dialítico. Servindo como barreira na prevenção de eventos adversos, garantindo a adesão dos pacientes ao tratamento, propondo intervenções e fornecendo informações sobre sua terapêutica farmacológica.