Revista Histedbr On-line (Jun 2012)

Os intelectuais e a revolução

  • Francisco Máuri de Carvalho Freitas

DOI
https://doi.org/10.20396/rho.v12i45.8640144
Journal volume & issue
Vol. 12, no. 45

Abstract

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O tema do presente artigo, de permanente atualidade, notadamente por abordar a relação entre o intelectual e a revolução como método histórico incontornável de demolição da dominação do capital sobre o trabalho, ou seja, da burguesia sobre o proletariado. A base de estruturação do pensamento sobre os intelectuais, assim como a teoria da revolução, não está localizada nos homens e mulheres pensados, imaginados ou idealizados; mas homens e mulheres reais a partir de seu processo de vida real, o desenvolvimento do modo de produção da existência. Neste sentido, tive o cuidado de não cair na ilusão de conceber o real como resultado do pensamento. Para além do senso comum, o intelectual é produto histórico da sociedade despedaçada, testemunha que interiorizou esse despedaçamento. Enfim, o intelectual é o tipo de pessoa que se mete no que não é de sua conta e contesta o conjunto das verdades recebidas, e das condutas que nelas se inspiram, em nome de uma concepção global do homem e da sociedade. Por outro lado, compreendida como o protesto violento do homem trabalhador contra a desumanização de sua vida, a revolução ao dissolver a velha sociedade, é a alma política que ao derrotar o poder existente dissolve as velhas relações de produção e sem ela não é possível realizar o socialismo. A apologia da revolução ocorrendo por meios pacíficos é política e historicamente um engodo para a classe operária, em outras palavras representa o véu místico atrás do qual se esconde a vontade de usufruto de todos os hipócritas, a desculpa que mascara a torpeza das ignomínias do capitalismo e fonte de numerosos desregramentos da sociedade contemporânea.

Keywords