Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia (Nov 2013)

Desenvolvimento de um medicamento brasileiro nanoencapsulado para o tratamento da esquistossomose

  • Laís Bastos da Fonseca,
  • Alessandra Lifsitch Viçosa,
  • Ana Carolina Alves Mattos,
  • Paulo Marcos Zech Coelho,
  • Neusa Araújo,
  • Helena Pereira da Silva Zamith,
  • Nadia Maria Volpato,
  • Márcio Nele,
  • José Carlos Costa da Silva Pinto

Journal volume & issue
Vol. 1, no. 4

Abstract

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A esquistossomose é uma doença parasitária que, segundo a Organização Mundial da Saúde, é um dos principais problemas de saúde pública associados à morbidade severa, sendo boa parte crianças. A administração de medicamentos em crianças constitui uma tarefa difícil, principalmente quando não há formulações pediátricas, quando altas doses de fármaco são requeridas e o fármaco apresenta um sabor amargo, como é o caso do praziquantel. Nanopartículas poliméricas são sistemas promissores para o desenvolvimento de fármacos com baixa hidrossolubilidade e gosto ruim, apresentam estabilidade físico-química, biocompatibilidade e fáceis processos de produção. Podem ainda proporcionar o aumento da biodisponibilidade e redução da variabilidade do tratamento entre pacientes. O polímero poli(metacrilato de metila) com o praziquantel encapsulado foi sintetizado pelo processo de polimerização em miniemulsão para compor uma suspensão farmacêutica pediátrica. As nanopartículas foram caracterizadas em termos das propriedades físico-químicas, toxicológicas e da atividade biológica em camundongos. Os resultados encontrados foram satisfatórios, taxa de encapsulamento de 90%, ausência de interação química fármaco - polímero e presença de atividade biológica. Uma abordagem colaborativa foi utilizada para este desenvolvimento, envolvendo parcerias nacionais e mecanismos de financiamento independentes, uma maneira nova e poderosa de desenvolver medicamentos para doenças negligenciadas.

Keywords