Cadernos de Saúde Pública (Jan 1994)

Demanda ambulatorial em três serviços da rede pública do município do Rio de Janeiro, Brasil

  • Carvalho Marília S.,
  • d'Orsi Eleonora,
  • Prates Enirtes C.,
  • Toschi Wálria D. M.,
  • Shiraiwa Tizuko,
  • Campos Tatiana P.,
  • Ell Érica,
  • Garcia Norma L.,
  • Junqueira Ana Paula,
  • Serrão Simone A.,
  • Tavares Elda L.

Journal volume & issue
Vol. 10, no. 1
pp. 17 – 29

Abstract

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A fim de se conhecer o perfil demográfico e nosológico da clientela, bem como avaliar a qualidade dos registros das consultas em prontuário, realizou-se um estudo de demanda em três serviços da rede pública dois ambulatoriais e um de urgência localizados na X Região Administrativa do município do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. A amostra obtida foi de 2.029 pacientes, com 3.980 consultas realizadas no período de 1 de outubro de 1990 a 30 de setembro de 1991. Os diagnósticos foram codificados pela 9º revisão da Classificação Internacional de Doenças. Cerca de 60% dos atendimentos foram prestados a mulheres, mais de metade entre 15 e 49 anos. Crianças menores de 10 anos representaram 28% do total de atendimentos. Grande parte da demanda (38%) é formada pela população favelada da área. A qualidade dos registros da consulta em prontuário foi precária, faltando importantes informações. Os diagnósticos mais freqüentes foram classificados no capítulo XVI afecções maldefinidas, seguindo-se as doenças respiratórias, infecciosas, geniturinárias e circulatórias. Nos serviços ambulatoriais foi grande a procura por ações preventivas, como consulta de pré-natal e puericultura, inclusive na unidade que historicamente realizava apenas ações curativas. No serviço de urgência predominou o atendimento por causas externas. Entre os diagnósticos específicos mais freqüentes estão as infecções respiratórias agudas, a hipertensão arterial, problemas ginecológicos, consultas de pré-natal e doenças de pele. Não há registro de referência para outros serviços. A precariedade do registro médico traz prejuízos à assistência. A utilização destes registros, ainda que criticamente, é fundamental para melhorá-los.

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