Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)
GERENCIAMENTO DO ESTOQUE DE BOLSAS DE SANGUE EM UM BANCO DE SANGUE DE CURITIBA
Abstract
Introdução: Gerenciar o estoque de hemocomponentes é um grande desafio dos serviços de hemoterapia: é necessário equalizar a demanda e oferta para uso em tempo hábil, prestar pronto atendimento, atender a demanda prevista e evitar o desperdício do sangue coletado. Objetivo: Descrever o modelo de dimensionamento de estoque de concentrado de hemácias utilizado no Instituto Paranaense de Hemoterapia e Hematologia do Paraná – Hemobanco, situado em Curitiba/PR. Método: Realizada pesquisa descritiva, no período de 11/2023 a 05/2024. Coletados dados de número de transfusões de concentrado de hemácias por tipo sanguíneo e número de bolsas disponíveis em estoque por tipo sanguíneo. Os dados foram coletados através de relatório gerencial de controle de estoque. O modelo de gerenciamento utilizado é baseado em manter um estoque mínimo de 10 dias e máximo de 12 dias. Semanalmente, a análise do número de bolsas disponíveis é dividida pelo consumo de bolsas dos últimos 10 dias e assim obtida a previsão do estoque em dias. O estoque de hemocomponentes é avaliado de forma geral e subclassificado por tipo sanguíneo. E, mediante os resultados, decisões são tomadas para aumentar o recrutamento ou estabilizar o estoque em excesso. Outras ações são adotadas continuamente como o monitoramento do estoque e seus vencimentos, esforço para a garantir que as bolsas mais antigas sejam utilizadas antes de expirar, minimizando o desperdício, e colaboração entre os hemocentros, permitindo o compartilhamento de estoques excedentes e a redistribuição de bolsas de sangue conforme necessário para atender à demanda. Resultados: A média geral do estoque de concentrado de hemácias se manteve em 10 dias. Houve uma oscilação do estoque é observada ao compará-lo por tipos sanguíneos específicos: 8 dias (O+), 10 dias (O-), 11 dias (A+), 9 dias (A-), 14 dias (B+), 23 dias (B-), 18 dias (AB+) e 19 dias (AB-). O consumo de hemocomponentes foi dividido percentualmente em: 43% (O+), 28% (A+), 9% (B+), 9% (O-), 6% (A-), 3% (AB+), 1,5% (B-) e 0,5% (AB-). Durante o período analisado, pontualmente, os estoques de O- e A- ficaram abaixo da meta mínima estabelecida, mas com a adoção de medidas de recrutamento e gerenciamento do estoque, não foram encontradas dificuldades para realizar o atendimento transfusional. Conclusão: : Manter um estoque diversificado, que abranja os diferentes tipos sanguíneos, levando em consideração a demanda específica na região atendida é um constante desafio. Com os dados levantados, pode-se concluir que a análise do estoque e tomada de decisões por tipo sanguíneo específico é uma metodologia eficiente de gestão, pois representa a realidade próxima, garante a disponibilidade contínua de sangue, reduz desperdícios e favorece a capacidade de lidar com flutuações de demanda de forma ágil e eficiente.