Psicologia em Estudo (Mar 2024)

SABERES PSICOLÓGICOS NA CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS DE INTERNAÇÃO DA INFÂNCIA (1900-1929)

  • Carolini Cássia Cunha,
  • Francisco Teixeira Portugal

DOI
https://doi.org/10.4025/psicolestud.v29i1.56116
Journal volume & issue
Vol. 29, no. 1

Abstract

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O objetivo da pesquisa ora apresentada foi mapear discursos de intelectuais referentes à internação da infância entre 1900 e 1929, identificar e problematizar os usos de saberes científicos conectados com a psicologia produzida no período. O período de análise compreende um momento histórico de consolidação e expansão da política de tutela da infância, materializada na construção de espaços específicos de internação para esta população e promulgação de leis para o trato dessa questão. Recorremos à leitura e análise das fontes primárias: Franco Vaz, Infância abandonada; Lemos Britto, Um problema gravíssimo: colônias correcionais e tribunais de menores; As leis de menores no Brasil (páginas de crítica e doutrina); relatórios do Ministério da Justiça e Negócios Interiores entre os anos de 1900 e 1928; e fontes secundárias. Saberes psicológicos estiveram presentes na organização e sustentação científica destes discursos, servindo para defender e consolidar a internação como medida principal. Argumentos psicológicos também foram utilizados para defender a limitação do uso da internação e legitimação de medidas alternativas. O período em pauta foi importante para a produção da psicologia enquanto ciência, e o saber psicológico teve papel na configuração das medidas propostas e utilizadas pelo estado no trato da infância.

Keywords