Acta Paulista de Enfermagem (May 2023)

Medidas antropométricas associadas ao tempo de encarceramento de pessoas privadas de liberdade

  • Wanessa Cristina Baccon,
  • Maria Aparecida Salci,
  • Rosana Rosseto de Oliveira,
  • Isolde Terezinha Santos Previdelli,
  • Anderson da Silva Rêgo,
  • Rafaely de Cassia Nogueira Sanches,
  • Talita Evelin Nabarrete Tristão de Moraes,
  • Priscila Garcia Marques

DOI
https://doi.org/10.37689/acta-ape/2023ao02882
Journal volume & issue
Vol. 36

Abstract

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Resumo Objetivo Analisar as medidas antropométricas associadas ao tempo de encarceramento de pessoas privadas de liberdade. Métodos Estudo transversal, realizado com 220 homens privados de liberdade. Os dados foram coletados por meio de instrumento que abrangia informações do encarceramento atual, sociodemográficas e das condições de vida antes do encarceramento, além de aferição de medidas antropométricas. Utilizaram-se estatística descritiva, testes de associações e ajuste de modelos de regressão logística binária controlados pelo tempo de encarceramento (até 1ano e mais de 1ano). Resultados Houve associação significativa entre o tempo de encarceramento e a circunferência abdominal (RC de 0,41; IC95%0,16-0,97). Os resultados da correlação de Spearman apontaram que, à medida que aumentou o tempo de encarceramento, as medidas antropométricas diminuíram, com relação negativa de fraca magnitude e significativa apenas para o índice de conicidade (r=-0,1648; p=0,0144). Os modelos ajustados controlados pelo tempo de encarceramento mostraram associações significativas com idade em anos (RC de 1,08; IC95%=1,04;1,12) e circunferência abdominal; idade (RC de 1,08; IC95%1,04-1,12) e razão cintura e estatura; e idade (RC de 1,10; IC95%1,06-1,14), anos de estudo (RC de 2,17; IC95%1,10-4,26) e possuir parceiro(a) (RC de 0,46; IC95%0,22-0,93) com o índice de conicidade. Conclusão À medida que aumenta o tempo de encarceramento, há redução das medidas antropométricas das pessoas privadas de liberdade. As variáveis antropométricas influenciam diretamente no desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis e devem ser monitoradas para elaboração de estratégias que minimizem os riscos e os agravos à saúde dessa população vulnerável.

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