Cadernos de Saúde Pública (Feb 2024)

Razão de mortalidade hospitalar padronizada: limites e potencialidades do indicador para a avaliação do desempenho hospitalar no Sistema Único de Saúde, Brasil

  • Marla Presa Raulino Schilling,
  • Margareth Crisóstomo Portela,
  • Mônica Martins

DOI
https://doi.org/10.1590/0102-311xpt080723
Journal volume & issue
Vol. 40, no. 2

Abstract

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Resumo: Análises comparativas, baseadas em indicadores de desempenho clínico, para monitorar a qualidade da assistência hospitalar vêm sendo realizadas há décadas em vários países, com destaque para a razão de mortalidade hospitalar padronizada (RMHP). No Brasil, ainda são escassos os estudos e a adoção de instrumentos metodológicos que permitam análises regulares do desempenho das instituições. O objetivo deste artigo foi explorar o uso da RMHP para a comparação do desempenho dos hospitais remunerados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Sistema de Informações Hospitalares foi a fonte de dados sobre as internações de adultos realizadas no Brasil entre 2017 e 2019. A abordagem metodológica para estimar a RMHP foi adaptada aos dados disponíveis e incluiu as causas de internação (diagnóstico principal) responsáveis por 80% dos óbitos. O número de óbitos esperados foi estimado por um modelo de regressão logística que incluiu variáveis preditoras amplamente descritas na literatura. A análise foi realizada em duas etapas: (i) nível da internação e (ii) nível do hospital. O modelo final de ajuste de risco apresentou estatística C de 0,774, valor considerado adequado. Foi observada grande variação da RMHP, especialmente entre os hospitais com pior desempenho (1,54 a 6,77). Houve melhor desempenho dos hospitais privados em relação aos hospitais públicos. Apesar de limites nos dados disponíveis e desafios ainda vislumbrados para a sua utilização mais refinada, a RMHP é aplicável e tem potencial para se tornar um elemento importante na avaliação do desempenho hospitalar no SUS.

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