Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)

EP-058 - PERFIL E PREVALÊNCIA DE RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS DE BACTÉRIAS ISOLADAS DE PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL GERAL DE GUARUJÁ-SP

  • Gabrielly Cristina Mattos da Silva,
  • Isabella Fernanda Sobral Valverde de Souza,
  • Ellen Cristine Valadão de Melo Medrade,
  • André Lazzeri Cortez,
  • Adriana Gibotti,
  • Geraldo Alécio de Oliveira

Journal volume & issue
Vol. 28
p. 103986

Abstract

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Introdução: Os ambientes hospitalares são grandes reservatórios de bactérias oportunistas multirresistentes. A análise detalhada dos perfis microbiológicos é essencial para definição de estratégias diagnósticas e terapêuticas eficazes. Objetivo: Descrever os perfis microbiológicos e padrões de resistência aos antimicrobianos em um hospital geral de Guarujá-SP. Método: Foi realizado um estudo de corte transversal retrospectivo, incluindo culturas bacterianas positivas registradas entre janeiro e dezembro de 2022.A identificação dos microrganismos nas amostras clínicas e teste de suscetibilidade aos antimicrobianos ocorreu pelos métodos manuais de Kirby-Bauer, Etest e Microdiluição para Polimixina e Vancomicina. Os resultados foram liberados seguindo as recomendações do BrCAST. Resultados: Foram analisadas 1088 amostras de pacientes adultos, originadas de sangue (31,8%), urina (26,8%), secreção traqueal (26,4%) e outros materiais (15,1%), incluindo 58 culturas de ponta de catéter. A idade mediana dos pacientes foi de 59 anos, com 69,7% deles provenientes de UTIs. Nas hemoculturas as bactérias mais comuns foram Staphylococcus Coagulase Negativa (SCN) representando 51,9% dos casos, seguido por Staphylococcus aureus (10,8%), Escherichia coli (5,0%), Enterococcus sp. (4,5%), Klebsiella pneumoniae (4,0%) e Citrobacter freundii (3,0%). As taxas de resistência à oxacilina foram de 49,1% para SCN e 42,0% para S. aureus. A resistência à vancomicina foi observada em 9,2% dos isolados de Enterococcus sp. Entre Gram-negativos, C. freundii mostrou 20,4% de resistência ao Meropenem, E. coli 6,55%, e K. pneumoniae 35,53%. Cerca de 10% das cepas resistentes aos carbapenêmicos também resistiram à Polimixina B. Em secreções traqueais, SCN e S. aureus mostraram resistência à oxacilina em 26,5% e 25,0%, respectivamente. Apenas 7 casos (12,1%) de culturas de ponta de catéter coincidiram com hemoculturas periféricas. Conclusão: As bactérias Gram-positivas mostraram alta resistência à oxacilina. A menor resistência nos isolados de secreção traqueal sugere a possibilidade de reduzir o uso de glicopeptídeos através do rastreamento de MRSA. A alta taxa de SCN em hemoculturas pode estar relacionada a fase pré-analítica. Parte significativa das K. pneumoniae apresentou resistência aos carbapenêmicos e polimixinas, limitando as opções de tratamento. Devido à baixa correspondência entre as culturas de ponta de cateter e hemoculturas, a utilidade das culturas de dispositivos deve ser melhor investigada.